segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O MANÍACO DE ITU


Uma mulher de 20 anos, foi violentada e esfaqueada por uma maníaco, no Jardim Padre Bento.

O crime bárbaro ocorreu na primeira quinta-feira de novembro, de 2008, por volta das 12h.
O detalhe mais chocante da ocorrência foi a ousadia do criminoso, que estuprou a vítima dentro da própria casa dela, em pleno horário de almoço.
Esse fato por si só, deixa claro a periculosidade do maníaco que ataca a luz do dia.
No momento do atentado, a vítima (não vou revelar o nome para preservar sua integridade) voltava pra casa, quando foi abordada já no portão da residência, por um homem desconhecido que a obrigou a entrar na casa e trancou a porta.
A mulher foi conduzida até o quarto, onde foi barbarizada pelo maníaco.
Depois de estuprar a vítima das piores formas possíveis, o criminoso disse para a mulher já havia cumprido pena por estupro, e que por esse motivo, iria matá-la para não ser reconhecido.
Foi então que começou a tortura. Primeiro o monstro tentou matar a mulher sufocando-a com um saco plástico. A moça começou a se debater de todas as formas, tentando se livrar do saco. Percebendo que a vítima estava demorando muito para morrer daquela maneira, ele mudou de tática. Pegou um lenço que estava sob a cama e passou-o em volta do pescoço da mulher, tentando estrangulá-la. A vítima se debatia muito, se contorcendo de uma lado a outro pra ver se escapava do aperto mortal. Isso irritou em muito o criminoso, que decidiu naquele momento, chegar ao extremo.
Uma faca de cozinha. Foi esse instrumento letal que o maníaco decidiu utilizar para acabar de vez com a mulher.
Agindo com a maior covardia, ele desferiu uma facada no pescoço da mulher.
Vendo que ela ainda estava viva, deu outra facada no pescoço. Esse golpe foi tão violento que a faca ficou atravessada no pescoço dela.
Acreditando que ela estava morta, o criminoso foi embora, abandonando a mulher no local.
Alguns minutos depois, os policiais militares cabo Vandernilson e soldado Ramos foram acionados pelo Controle da PM, para comparecer até o local dos fatos, onde segundo informações, uma mulher havia sido esfaqueada.
No local, os dois policiais foram informados de que a vítima já havia sido socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital Sanatorinhos.
A casa estava trancada, e o marido da vítima que havia chegado ao local, avisou os policiais que estava indo para o hospital, e deixaria a chave com um vizinho, para o caso da perícia chegar.
Os policiais também se dirigiram ao hospital, onde souberam pelo médico que atendeu a vítima, que ela havia sido estuprada e esfaqueada no pescoço. A gravidade do ferimento foi tanta, que a faca só pôde ser removida no hospital.
Depois de passar por uma cirurgia para remover a lâmina, a vítima, que ficou entre a vida e a morte, precisou ficar vários dias internada, tendo alta quase uma semana depois.
O agressor foi descrito como um homem pardo, com idade entre 20 e 30 anos.
Ainda de acordo com relatos posteriores da vítima, o estuprador conduzia uma moto preta, possivelmente uma CG, com detalhes prata e um adesivo aparentemente vermelho.
Até o momento em que esta matéria está sendo postada... o criminoso ainda continua a solta.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

MANÍACO DE ITU ESTUPRAVA E ESTRANGULAVA COM CORDA DE NYLON

Ilustração de Rodrigo Bixigão


Um perigoso maníaco rondou as ruas da cidade de Itu, em agosto de 2008.
Uma dona de casa de 26 anos (não vamos revelar o nome para não expor sua integridade) viveu uma situação pavorosa nas mãos do criminoso.
O caso ocorreu na noite de segunda-feira, 25 de agosto.
Por volta das 21h, a mulher voltava da igreja a pé, passando pela Avenida Caetano Rugiéri, quando em dado momento, passou a ser seguida por um indivíduo desconhecido, na altura do bairro São Camilo.
O homem, que segundo a vítima tem cor parda, idade entre 20 e 30 anos, cabelos curtos, magro, com 1metro e 70 de altura aproximadamente, roupas e luvas pretas, se aproximou da mulher e perguntou se ela tinha um isqueiro.
Quando a vítima respondeu que não, ele sacou uma faca, anunciou um assalto e obrigou a mulher entra em um matagal das imediações, sob ameaça de morte.
A vítima se prontificou a entregar a bolsa ali, mesmo, mas o criminoso insistiu que ela entrasse no mato, caso contrário morreria. Com medo de perder a vida, a mulher obedeceu e acabou sendo levada para um local de difícil acesso, onde o mato é bem espesso. Foi nesse lugar, que o maníaco, avisou a vítima que iria estuprá-la. Primeiro ele mandou que ela fizesse sexo oral nele, como é comum em praticamente todos os casos do gênero, na seqüência, ele violentou a mulher indefesa, com a maior covardia do mundo, coisa típica desse tipo de criminoso, que escolhe as vítimas a dedo.
Enquanto estuprava a mulher, o maníaco, fez questão de avisá-la que não iria ejacular nela, “para não deixar pistas do crime”, ou seja, resquício de material genético que possa identificá-lo mais tarde.
Quando terminou sua perversão, ele mandou a vítima a se deitar de bruços, dizendo que iria amarrá-la, mas, assim que a mulher ficou na posição que ele queria, o criminoso, passou uma corda fina em seu pescoço, e começou a estrangulá-la com a maior brutalidade possível.
A mulher se debateu de todas as formas tentando se defender, mas não conseguiu. Sufocada e com o pescoço sangrando muito, a mulher acabou desmaiando por falta de ar. E foi isso que salvou sua vida.
Acreditando que a vítima estava morta, o criminoso abandonou a mulher no local e foi embora.
No início da madrugada, a mulher acordou delirando no meio do mato, com o corpo todo machucado.
Ela saiu cambaleando pela rua pouco depois da meia-noite. Pediu ajuda pra um e pra outro, mal conseguindo falar, mas ao invés de conseguir apoio, ainda acabou sendo assaltada por uma nóia da favelinha da Vila Lucinda, que roubou seu tênis.
A mulher acabou caindo debilitada em uma calçada da Vila Lucinda, onde ficou, até ser socorrida por uma viatura da Polícia Militar, que a encontrou com vários ferimentos.
Foi somente no hospital, que a vítima, ainda estado de choque, conseguiu contar o que havia acontecido com ela. Depois de dar entrada no hospital de Itu, a mulher foi transferida para o Hospital Regional de Sorocaba, onde ficou internada.
Na tarde de quarta, após ter recebido alto, a vítima e o marido acompanharam a investigadora Adriana Gomes, até o local onde o estupro foi cometido.
No local, a policial encontrou a bolsa, o celular e o a bíblia que a mulher perdeu durante o crime que sofrera.
A vítima contou para a investigadora, que na hora do suposto assalto, chegou a dar R$ 10, para o criminoso deixá-la ir, mas ele devolveu o dinheiro pra ela, deixando claro que seu objetivo era mesmo o estupro.
Até onde se sabe... o criminoso nunca foi preso.


Cidade teve caso parecido em 2007
No início do ano passado, um maníaco atacou duas mulheres na cidade, no espaço de dez dias. A primeira vítima conseguiu evitar o estupro ao desferir um chute nas partes íntimas do maníaco, e fugir em seguida. Mas não saiu ilesa, durante a luta, acabou sendo esfaqueada no braço pelo criminoso.
A segunda vítima teve menos sorte ainda. Depois de ser arrastada até um espesso matagal, foi violentada sexualmente de todas as formas possíveis, e ficou em estado de choque.
Na época dos crimes, a reportagem do Folha da Cidade conversou pessoalmente com as duas vítimas, que descreveram o mesmo agressor, tratando-se de um homem moreno, forte, aproximadamente 30 anos, com luzes no cabelo e cavanhaque.
Baseado nas descrições das vítimas, a reportagem fez um retrato falado do maníaco, que foi distribuído para vários jornais da região e publicado pelo menos três vezes no Folha.
Meses depois, um homem com essas mesmas características foi preso em flagrante no momento em que estuprava duas mulheres em um matagal das imediações do Cidade Nova.
Após essa prisão, os ataques do maníaco cessaram, o que reforçou a hipótese de que todos os crimes foram cometidos provavelmente pela mesma pessoa.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

QUEM MATOU ELAINE?

QUEM MATOU ELAINE CRISTINA?

Sexta-feira, 27 de outubro de 2006.
São 6 horas da manhã.
A jovem Elaine Cristina da Silva, acorda em sua casa localizada na Rua Lençóis Paulista, no Bairro Cidade Nova.
Seus dois filhos, um menino de cinco anos e uma menina de três, ainda estão dormindo.
Elaine tem 25 anos, é uma garota bonita, alegre, está sempre sorrindo e de bem com a vida. Mora com seus pais, gente simples e honesta, que lutou para criar os filhos com dignidade.
Elaine é solteira, mas tem um namorado, um rapaz com quem está há mais de dois anos.
Os pais não aprovam esse relacionamento. O namorado em questão é um presidiário, que está detido há um ano e quatro meses no CDP de Sorocaba. Dizem que é por tentativa de homicídio. Ele não é o pai do casal de filhos da jovem. Esses são de um relacionamento anterior. Mas, as frequentes visitas que a jovem faz ao rapaz, no Centro de Detenção Provisória de Sorocaba, resultaram em outra gravidez. Elaine espera um bebê. A gestação já está em três meses. Pode ser menino. Pode ser menina. Ninguém sabe. Ninguém nunca vai saber.
Já são quase 7 horas. O menino está acordado, lavou o rosto, trocou de roupas e agora toma o café da manhã. A jovem está ansiosa, como sempre fica nos dias que vai visitar o namorado no presídio.
Elaine sai de casa acompanhada do menino e o leva até o ponto de ônibus, onde de lá, ele será levado para a escolinha. O menino se despede da mãe, sem sequer imaginar, que esta será a última vez que ele a verá em sua vida. A menina ficou em casa dormindo. Nunca vai poder se despedir da mãe, que jamais voltará.
Do ponto de ônibus, Elaine não retorna mais pra casa. Ela vai direto para o presídio de Sorocaba. Não pega ônibus. Vai a pé. Essa é uma das rotinas mais perigosas e mortais da jovem. Todos que a conhecem no bairro, sabem que nos dias de visita ao CDP, ela vai sempre a pé e na volta pega carona na rodovia. Na maioria das vezes, com desconhecidos. Elaine costuma descer pelo barranco que dá acesso a Rodovia do Açúcar, pega a pista em direção ao Posto de Pedágio e vai na caminhada até chegar no bairro Aparecidinha, no município de Sorocaba, onde está localizado o presídio.
São exatamente 7h30 da manhã. A jovem já colocou seu filho no ônibus e pegou a estrada para ver o namorado.
E essa, é a última vez que a jovem é vista com vida.
 
 
O MISTERIOSO DESAPARECIMENTO
 
Manhã do dia seguinte.
A noite foi tensa na casa de Elaine.
Ninguém dormiu bem.
O pai, a mãe e os irmãos estão muito preocupados.
A filha saiu no dia anterior e não mais retornou pra casa.
Aquela sensação de que algo ruim possa ter acontecido, passa na mente de todos.
O pai, junto com uma cunhada de Elaine, decidem ir até o CDP, para saber a que horas a filha esteve lá no dia anterior.
No presídio, a notícia não é boa. A tensão cresce ainda mais quando os policiais informam que Elaine não esteve na unidade, na sexta-feira.
A suspeita de que algo de ruim possa ter acontecido aumenta ainda mais com essa revelação.
O pai começa a se lembrar de todos os conselhos que ele e a mãe deram para a filha. Ele se lembra das conversas que teve com ela, das perguntas que fazia, se ela estava metida com drogas ou alguma coisa errada, e lembra-se dela sempre negar qualquer envolvimento com esse tipo de coisa.
Na volta do CDP, o pai começa a refazer o caminho que Elaine fazia, em busca de alguma pista, de algum vestígio que possa ter sido deixado pela filha.
Um homem, residente em uma chácara nas imediações do CDP, ao ser indagado pelo pai da jovem, diz se lembrar de ter visto no dia anterior, uma jovem com as características de Elaine entrando em um carro pequeno, que ele não sabe precisar a marca ou modelo. O carro teria vidros insufilmados. O homem conta ainda, que, ao invés de seguir sentido Sorocaba, o veículo deu meia volta, fazendo sentido contrário. Outra pessoa indagada na rua, conta que viu a jovem por volta das 8h30 da manhã, caminhando pela pista, mas sentido contrário a Sorocaba. Desesperado, o pai dá queixa do desaparecimento na Polícia.
Os dias passam e Elaine não aparece. Os filhos choram pela mãe. E os pais pela filha.
A família toda, principalmente a cunhada e o pai, começam a vasculhar todas as matas no caminho que Elaine fazia. A saúde do pai vai ficando debilitada. Ele sofre muito com o sumiço da filha. A mãe, que sempre aconselhou a jovem positivamente, também sofre. A paz acaba naquela casa.
Todos os dias, no final da tarde, o pai de Elaine senta na frente da casa e fica olhando para os lados, distante, perdido, esperando que a filha volte. Mas ela não vai voltar. Nunca mais.
A irmã gêmea de Elaine começa a sonhar com ela. Nos sonhos, a jovem aparece com um semblante triste e pergunta para a família “quando é que vocês vão vir me buscar?”.
A família se desespera cada vez mais.
Nas ruas, as pessoas comentam ter visto Elaine num ônibus, num carro, num ponto de ônibus, com um amigo, com uma amiga, sozinha, acompanhada, mas é tudo mentira, é tudo invenção. A única pessoa que realmente viu Elaine e sabe onde ela está é o assassino que a matou.
 
 
UM ANO DEPOIS
 
Sorocaba, 30 de setembro de 2007.
Uma ligação anônima avisa a Polícia que tem uma ossada humana no meio de pés de eucaliptos, atrás do CDP. O local é coberto por um espesso matagal, que mal dava para entrar, mas recentemente, colocaram fogo na mata. E foi então que a ossada ficou visível.
A Polícia Militar e Civil chegam ao local.
A ossada é levada para o Núcleo de Perícias Médicas de Sorocaba. Os peritos descobrem que se trata de uma garota. Sabendo do desaparecimento de Elaine naquela região, um ano atrás, os policiais ligam para o irmão da vítima.
A família vai até o IML. Os ossos estão bastante queimados, devido ao incêndio que ocorreu na mata, mas um chinelo que a vítima usa, não deixa dúvidas. É Elaine. A irmã gêmea dela se submete ao teste de DNA para ter a confirmação. O exame vai demorar alguns meses para sair, mas todos já sabem o resultado.
O pai de Elaine, que durante mais de um ano procurou a filha exaustivamente, está cansado, sua saúde debilitada, o desgosto é profundo. Ele tinha esperanças de ver a filha entrando com vida pela porta a qualquer momento. Mas, agora ele sabe que ela está morta. O exame vai demorar cinco meses para sair. Mas o pai nunca vai ver o resultado. Ele morre antes. Mas no fundo, já sabe o resultado. Um pai sempre sabe.
É positivo.
 
 
O SEPULTAMENTO
 
Terça-feira, 29 de julho de 2008.
São 15h30.
Alguns membros da família de Elaine estão reunidos no Cemitério Municipal de Itu.
Os restos mortais da jovem finalmente serão enterrados.
Não há discursos, cerimônias, nada. Apenas um enterro simples. Muito já foi dito, tudo que era possível já foi feito.
Só resta agora sepultar o corpo da jovem, para que ela descanse em paz para sempre.
Nas ruas dizem muita coisa sobre o crime. Há muitos rumores e especulações. Alguns dizem que poderia ter sido algum tipo de vingança, outros dizem que ela pode ter sido morta por que presenciou algo que não devia, ou talvez até vítima de algum maníaco sexual. Segundo o IML, a vítima estava com o crânio quebrado, o que indica que ela foi morta possivelmente por uma pancada na cabeça.
Morta talvez por gente conhecida, talvez por gente estranha. Quem sabe morta por inimigos... ou até mesmo por “amigos”.
No submundo, alguns dizem que quem matou Elaine também já está morto.
Pode ser verdade, pode ser mentira.
Hoje, vários anos após esse crime cruel, praticado com requintes de crueldade, a família e a sociedade ituana ainda aguardam uma satisfação desse caso sinistro.
Quem matou Elaine?
 

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O MATADOR DE CÃES


Em 1988, um crime cruel, praticado com extrema covardia, revoltou os moradores do bairro Novo Itu.
Em uma das ruas daquele bairro, morava um homem chamado José.
De acordo com o depoimento que os vizinhos iriam dar nos dias seguintes ao crime, José nunca gostou de animais. De nenhum deles.
Talvez, para impressionar os moradores locais, ou simplesmente por pura covardia, José freqüentemente trucidava filhotes de gatos recém nascidos, na frente das crianças do bairro. Ele gostava disso, parecia sentir um certo prazer diabólico em seus atos sádicos e perversos.
Agindo como um verdadeiro maníaco, no dia 6 de janeiro daquele ano, seus atos chegaram ao extremo.
Naquela manhã, José, em uma atitude surpreendente, cortou um frango em vários pedaços pequenos e saiu pelas ruas, do bairro, alimentando todos os cães que encontrava pelo caminho, com a carne.
Algumas pessoas até estranharam aquela atitude, já que José era famoso pela crueldade que costuma praticar contra os animais.
Um vira-lata, com poucos meses de vida, saiu satisfeito com um pedaço de carne na boca. Mais pra frente, dois cães também foram alimentados.
José perambulou por várias ruas do Novo Itu, com um saco plástico cheio de carne nas mãos. Após terminar sua “missão”, voltou para casa tranqüilamente.
Seu trabalho estava feito. Agora só restava esperar. Esperar para ver o resultado macabro de seu trabalho.
Na rua, um garoto viu um cãozinho malhado com o qual estava acostumado a brincar, andando meio trêmulo. O animalzinho começou a vomitar, e olhou para o menino com os olhos tristes, como se estivesse suplicando por ajuda. Até mesmo uma inocente criança conhece a morte quando ela se aproxima. O cãozinho caiu, começou a tremer cada vez mais, e antes que pudesse ser socorrido, estava morto.
Em outras ruas, em outras casas, a cena se repetia. Cães de todas as espécies, começavam a passar mal, agonizavam de dor, vomitavam sangue e morriam logo depois. Alguns cães que viviam pela rua, praticamente rastejavam o máximo que podiam e iam morrer na porta das pessoas que os conhecia e lhes alimentava, como se fosse uma despedida. Outros morriam solitários, nas calçadas, no meio do mato, no meio do lixo.
No final da tarde daquele dia, nove cães, sendo que vários deles tinham donos, estavam mortos pelas ruas do bairro.
A notícia foi se espalhando, as pessoas se reuniram, e ao colocarem todos os animais próximos, formou-se uma pilha assustadora de cães, todos mortos.
Alguém comentou que viu José alimentando os animais com carne, durante a manhã.
Antes que um veterinário desse o laudo, todos já sabiam a resposta: a carne estava envenenada.
No dia seguinte, mais cadáveres de cães estavam espalhados pelas calçadas e ruas do bairro Novo Itu. A matança não parou por ali, outros cães agonizaram por dias, e inevitavelmente, acabaram mortos pelo envenenamento.
Revoltados, os donos dos animais e várias testemunhas, procuraram a polícia. Um inquérito policial foi aberto contra José, sendo que ele também seria processado pela sociedade protetora dos animais.
Mas, como o crime ocorreu no Brasil, onde as leis nunca deixaram de ser piadas de mal gosto, José jamais foi preso pela matança assustadora de cães que promoveu naquele 6 de janeiro de 1988.
Enquanto dezenas de crianças choravam e adoeciam pelos seus cãezinhos que nunca mais iriam voltar, José andava livremente por aí, observando outros cães, e provavelmente pensando em quem seria a próxima vítima.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A MORTE DO "IRMÃO ITU"

Cercado em sua chácara por policiais civis, traficante armado com duas pistolas semi-automáticas lutou até o fim, antes de tombar morto
Luveci Vieira Lima
Pistolas Ponto 40 e 9 Milímetros e, pacotes com cocaína
Centenas de pedras de crack

Panela com um kilo de crack Salto de Pirapora.
Manhã de quarta-feira. 13 de Fevereiro de 2008.
Policiais civis de Itu e Sorocaba cercam uma chácara localizada no número 17, da rua dos Florianos, no bairro Quintais de Pirapora 1.
O dono da chácara é um homem chamado Luveci Vieira Lima. Ele tem 34 anos e dorme com um olho aberto e outro fechado.
A chácara é uma mini-fortaleza, com chapas de ferro bem reforçadas nas portas. A idéia é impedir que os inimigos entrem ali.
O principal inimigo de Luveci é a Polícia Civil, que está em seu encalço há meses. Mais precisamente há quatro meses. Luveci sabe disso.
Mas ele ainda não sabe que sua casa vai cair hoje. Ele nem imagina que está prestes a morrer.
Mais conhecido como “Irmão Itu”, Luveci é apontado pela Polícia Civil, como um dos líderes do PCC em Itu. É ele quem comanda o tráfico de drogas na cidade, principalmente na região do Cidade Nova.
Luveci está atravessado com a Polícia. Ele sabe que estão na cola dele. Sabe que querem prendê-lo a qualquer custo.
Mas ele não pretende se entregar. Não tem planos de voltar para a cadeia, onde já cumpriu pena por roubo e formação de quadrilha.
Homem de atitude, Luveci matou um desafeto com sete tiros em julho de 2007. Na ocasião, ele e um comparsa entraram dentro da casa de um rapaz conhecido como Xandi, residente no Cidade Nova, e o matou na frente da própria mãe da vítima.
Quatro tiros na cabeça, um na axila direita, um no peito e um na mão esquerda, foi desta forma brutal que Luveci matou seu desafeto. A mãe da vítima implorou para que ele não matasse o filho dela, que também traficava drogas. Mas ele atirou assim mesmo. Sem dó, sem perdão.
Hoje, sete meses depois, Luveci vai morrer de forma bastante parecida, fuzilado por policiais civis.
Mas ele ainda não sabe.
Dentro da casa, Luveci guarda 9 kilos de cocaína, 319 pedras de crack e uma panela com cerca de 1kilo de crack, que ele mesmo está preparando.
Duas pistolas utilizadas pelas Forças Armadas, sendo elas uma Ponto 40 e uma 9 Milímetros também estão em poder de Luveci.
Ele dorme com as armas nas mãos. Um olho aberto e outro fechado. Ele é esperto, desconfiado. Está sempre atento.
Lá fora, policiais civis da DISE de Sorocaba e do DENARC de São Paulo, chefiados por policiais do SIG de Itu, se preparam para arrombar a porta e pegar o traficante de surpresa.
São quase 6h da manhã. A Polícia tem um mandado de busca e apreensão para entrar na casa e prender Luveci.
Mas, os policiais sabem que ele não vai abrir a porta em hipótese alguma.
Já ouviram através de escutas telefônicas que o traficante sabe que a Polícia está atrás dele, e não pretende se entregar.
Foi para se esconder da Polícia, que Luveci se afastou da região do Cidade Nova e se refugiou em Salto de Pirapora.
Mas isso não importa mais, os policiais já sabem seu endereço e estão prontos para invadir a casa.
O investigador que comanda a operação dá o sinal. Os policiais se espalham, cada um vai para um lado, enquanto outros tentam arrombar a porta e pegar Luveci de surpresa.
Dentro da casa, o traficante pressente o perigo. Mesmo sem ver o que está acontecendo lá fora, ele já sabe.
Os policiais vieram pegá-lo. As duas pistolas, uma preta e outra cromada surgem nas mãos de Luveci. As armas estão carregadas. A Ponto 40 semi-automática tem 12 balas no pente, a 9 milímetros tem 15. No total, o traficante tem 27 balas, munição mais do que suficiente para matar os seis policiais lá fora. Isso se conseguir acertá-los.
Não vai ser fácil.
Mas Luveci é homem de atitude. Está sozinho na casa, mas não indefeso.
Ele está pronto para matar ou morrer por seu negócio.
Se tiver que matar policiais para escapar, ele vai matar. Mas se tiver que morrer, ele não vai implorar, não será morto de joelhos, será de pé.
Os policiais, também armados com pistolas de grosso calibre não pretendem matar o traficante. Mas, também não pretendem serem mortos por ele.
No exato momento em que a Polícia dá o primeiro golpe para arrombar a porta, um tiro de pistola estilhaça um dos vidros da casa e passa raspando em um dos policiais.
Os estilhaços de vidro atingem a mão de um dos investigadores.
A Polícia percebe que o elemento surpresa acabou.
Mais tiros vindos de dentro da casa estilhaçam mais vidros.
Policiais estouram portas e janelas e entram na casa.
Escondido em um canto da casa, Luveci luta sozinho contra os policiais. Balas voam por toda a casa. Vidros são estourados, portas são perfuradas, balas ficam encrustradas nas paredes dos cômodos.
Policiais gritam para Luveci largar as armas. Ele ignora. Continua atirando. Os policiais revidam a altura. Bala para todo lado.
Luveci em clara desvantagem leva um tiro, dois, três, quatro, cinco vários tiros. Ele tomba em um dos cômodos, todo ensangüentado. O tiroteio cessa. O interior da casa está todo destruído por tiros.
Apesar das várias perfurações, Luveci, caído no chão com suas duas pistolas, ainda respira. Ele não diz uma única palavra. Apenas respira e encara os policiais com total frieza. Não pede socorro, não pede ajuda, não pede nada.
Apenas respira, enquanto o sangue se esvai do seu corpo e começa a se espalhar pelo piso bege, que em pouco tempo fica vermelho.
Os policiais socorrem Luveci até a Santa Casa de Salto de Pirapora.
Mas não faz diferença alguma, Luveci não resiste aos ferimentos e morre.
A operação finalmente termina.
Quatro meses de investigação terminam com a morte do fornecedor da droga e da apreensão de toda a mercadoria que estava sem seu poder.
Enquanto a Polícia volta para a Delegacia pensando no extenso relatório que precisa apresentar, o corpo de Luveci segue para o IML, a notícia da morte se espalha através da mídia, e em algum lugar, outros criminosos já começam a se preparar para ocupar o posto deixado por Luveci.
Terminou uma batalha, mas a guerra continua. (RC)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

A CHACINA DA VILA MARTINS

A casa dos horrores, onde o crime ocorreu, pingava sangue por todos os lados
Fotos: Reginaldo Carlota










O crime ocorreu na primeira semana de março de 2007.
Era quase impossível entrar na casa sem se sujar de sangue.
O barraco velho de alvenaria, sem a menor segurança, parecia um matadouro.
Havia sangue escorrendo da porta da geladeira, do fogão, do velho sofá, das paredes, e de todos os trapos de pano que se encontravam a mostra.
Pisar no chão dos cômodos apertados sem sujar a sola do sapato de sangue, era tão difícil, quanto acreditar que a tragédia realmente havia acontecido.
A cena seria digna de um filme de horror, se não fosse a mais aterradora realidade.
Sônia Maria de Carvalho, uma mulher de 40 anos, estava morta de joelhos, atrás da porta da cozinha. Foi esfaqueada até morrer.
Ela morava no barraco com dois primos, uma amiga, filhos e netos.
Iliane Comin, de 26 anos, prima de Sônia, estava caída ensangüentada no chão da cozinha. Foi morta a tiros e facadas.
Elisângela Aparecida Nunes, de 28 anos, amiga de Sônia estava agonizando no banheiro. Levou um tiro no rosto e várias facadas. Foi socorrida as pressas para o hospital. Conseguiu sobreviver apesar dos gravíssimos ferimentos.
Marcos Ferreira Pinto, de 26 anos, também foi esfaqueado várias vezes no abdômen. Conseguiu sobreviver depois de ser socorrido até o hospital.
Um adolescente de 14 anos, filho de Sônia, só não morreu porque conseguiu se esconder no momento do crime, ou porque os matadores não se importaram com ele.
As três crianças que também moravam no barraco estavam dormindo quando a chacina começou. Foram poupadas pelos assassinos.
O crime deu repercussão em todo o Estado, atraindo a atenção da grande imprensa, que reprisou o caso à exaustão durante a semana inteira.
De acordo com informações relatadas no Boletim de Ocorrência, o motivo do crime seria uma dívida de apenas 40 reais, que Marcos teria com um elemento conhecido da família vítima do crime.
Esse elemento, teria um envolvimento supostamente amoroso com Sônia e na data do crime, teria chegado de madrugada, por volta das 2h, no barraco onde as vítimas residem, localizado na Rua Nelson de Souza Campos, na Vila Martins, e pedido para entrar.
Ao reconhecer a voz do elemento, Sônia teria dito para ele ir embora, mas o sujeito, que estava em companhia de outros cinco indivíduos, teria invadido a casa e iniciado a matança, fugindo logo em seguida.
Todas essas informações preliminares foram relatas no B.O., por testemunhas que “disseram” ter ouvido isso ou aquilo, e não pelas vítimas que sobreviveram.
Dois dias depois da chacina, a Polícia Civil de Itu, apoiada pelo serviço velado da Polícia Militar, prendeu o principal suspeito de comandar a chacina da Vila Martins.
O suspeito conhecido como “Bruno”, de 20 anos, confessou ter cometido o crime em companhia de outros dois indivíduos.
Durante o interrogatório Bruno contou para o delegado doutor José Moreira Barbosa Netto, que comandou as investigações, que cometeu o crime pelo fato de Sônia, uma das vítimas, estar “dando com a língua nos dentes”, sobre alguns de seus crimes anteriores.
Temendo ser “caguetado”, o rapaz foi até a casa de Sônia na madrugada de segunda, junto com dois comparsas e atacou as vitimas a tiros e facadas. O rapaz ainda declarou que não tinha nada contra as outras três pessoas que estavam na casa.
Elas só foram atacadas porque presenciaram o crime.
Estavam no local errado, no dia errado, e é claro... na hora errada.

CAÇADA IMPLACÁVEL



Faltavam poucos dias para o Natal de 1983.
Era uma madrugada qualquer da segunda semana de dezembro.
Dois caminhões carregados com toneladas de quilos de feijão transitavam pela Rodovia Marechal Rondon, sentido Jundiaí.
Havia acabado de passar da meia noite, quando um dos pneus de um dos caminhões estourou na altura da fazenda Cruz Alta.
O motorista parou para fazer a troca.
Seu companheiro, que estava no caminhão da frente, também parou para prestar auxilio.
Os dois homens estavam terminando a troca de pneu quando um Del Rey se aproximou.
O carro parou ao lado deles.
Quatro homens desceram. Todos armados.
Os dois caminhoneiros foram rendidos, junto com um ajudante que estava em um dos caminhões.
Os quatro homens, que se revelaram ladrões de carga, obrigaram os três trabalhadores a entrar no porta-malas do Del Rey, e os trancaram lá dentro.
Logo em seguida, tomaram posse dos dois caminhões e desapareceram, deixando o Del Rey com os homens trancados naquele local.
Depois de duas horas de sufoco e muita apreensão, as três vítimas conseguiram estourar o porta malas do carro com o pé e se libertaram.
Na pista, pediram carona e foram parar no plantão da Delegacia Central.
Imediatamente, os PMs Zacarias, Roberto, Leonel e Luiz Carlos, colocaram um dos motoristas na viatura e saíram na caçada aos assaltantes.
Patrulharam por um longo período pelas imediações onde o crime ocorreu, mas não encontram nem sinal dos ladrões.
Haviam desaparecido.
Os PMs já estavam dando por encerradas as buscas e estavam longe do local, quando receberam uma informação via rádio, de que próximo da Cruz Alta havia quatro suspeitos em um Fusca e uma Brasília.
Acreditando se tratar dos mesmos ladrões, que por algum motivo teriam retornado ao local do crime, os quatro PMs voltaram até a região da fazenda Cruz Alta.
No local, deram de cara com os dois veículos.
Havia quatro policiais e quatro suspeitos.
Todos estavam armados.
Prontos para matar.
Ou para morrer.
Os suspeitos sacaram primeiro.
Estavam munidos de revolveres calibre 38 e uma cartucheira.
Eram eles: Benedito, de 20 anos, sem residência fixa. José Antonio, de 22 anos, residente em Jundiaí, João de Jesus, de 28 anos, residente em Campo Limpo Paulista e Reginaldo , de 24 anos, também residente em Jundiaí.
Ao serem recebidos a tiros, os PMs revidaram.
Cada suspeito procurou uma trincheira, uma árvore, ou um lugar apropriado para se esconder durante o tiroteio.
A troca de tiros só durou alguns minutos, mas para quem estava no fogo cruzado pareceu uma eternidade.
Em um dado momento, João de Jesus cometeu um erro fatal.
Saiu de seu esconderijo para tentar achar uma posição melhor. Se encontrasse, talvez com muita sorte poderia matar um ou dois PMs.
Ele nunca conseguiu.
Não estava com sorte.
Ao sair de seu esconderijo, tornou-se um alvo fácil para os policiais.
Ele estava com um revólver engatilhado na mão direito.
Não teve tempo de atirar.
Levou um balaço no peito.
Cortesia de um dos PMs.
O tiro abriu um buraco em seu peito, estourando órgãos internos.
Caiu de costas no chão, com sangue saindo pela boca e peito.
Para João, o mundo havia acabado naquele instante.
Vendo o comparsa morto, os outros três suspeitos entram em pânico.
As histórias de que a Policia matava implacavelmente “quem levantasse a mão pra eles”, passou a povoar a mente dos bandidos.
Não queriam morrer.
Desesperados, se embrenharam na mata tentando uma fuga alucinada.
Mais quatro PMs, Giacomelli, Savassa, Tempesta e Domingues, chegaram no local e entraram na caçada.
Armados até os dentes, os oito policiais adentraram o matagal e vasculharam cada centímetro, até encontrar os três fugitivos.
Renderam o trio no meio do mato.
Os três estavam apavorados. Sozinhos em um matagal durante a madrugada, com oito PMs fortemente armados.
Sem testemunhas.
Sem ninguém para contar história.
Poderiam ser “zerados” ali mesmo se os policiais quisessem.
Mas, o pânico foi desnecessário.
Ao contrário da ROTA de São Paulo, que naquele época “matava primeiro e perguntava depois”, os PMs de Itu, se mostraram extremamente profissionais e controlados.
Capturam os três criminosos vivos, e os entregaram na Delegacia Central, sem nenhum ferimento.
Diante do delegado Alcides Geronutti, os criminosos contaram que haviam roubado o Fusca e a Brasília em Jundiaí, e estavam se preparando para “depená-los”, quando trombaram com os policiais.
Os quatro bandidos que haviam roubado os caminhões, não seriam presos naquela ocasião.
Já o outro quarteto, que por estar no local errado, na hora errada, não teve a mesma sorte.
Três ladrões passaram o Natal na cadeia. O quarto ladrão teve destino pior. Passou o Natal de 1983, onde ninguém gostaria de passar...
Na sepultura.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

GARRA NEGRA, O MONSTRO DE ITU

Retrato falado do estuprador feito meses antes da prisão

Foto do estuprador após a prisão


Maníaco estuprava e barbariza mulheres na cidade em pleno dia

O crime violento ocorrido em Itu naquela semana de janeiro, de 2007, tinha todos os elementos de um filme policial: Uma vítima indefesa, um psicopata frio e calculista, suspense e muito terror. Mas, para espanto da população ituana, não se trata de mais um sucesso do cinema, e sim de um caso assustadoramente real.
Uma semana antes, trabalhando como repórter policial do Jornal Folha da Cidade noticiei com exclusividade que um maníaco atacou uma mulher em pleno centro da cidade, nas proximidades da praça Conde de Parnaíba.
A vítima, que foi atacada durante a noite, só não foi violentada pelo maníaco, porque lutou com ele com todas as suas forças e conseguiu fugir após desferir um chute nas partes intimas do criminoso. Mas não escapou ilesa, levou uma estiletada e ficou com vários hematomas e escoriações. O maníaco foi descrito pela vítima como um homem com idade entre 30 e 40 anos, cabelos grisalhos, aparentando luzes, pele parda, 1,65 de altura aproximadamente, barba e bigode no estilo cavanhaque, forte e meio barrigudo. Usava um Escort branco, com placas de Porto Feliz.
Na manhã da última segunda-feira, cinco dias após a tentativa frustrada de estupro, um elemento com as mesmas características violentou uma mulher em um matagal da cidade.
A vítima, que tem o mesmo padrão da anterior (mulher branca, magra, aparência de pessoa humilde, com idade entre 25 e 30 anos) estava em uma lanchonete do centro, separando alguns currículos para distribuir quando foi abordada pelo elemento, que iniciou uma conversa mais ou menos assim: “desculpe chegar assim, mas notei que você está procurando emprego. Eu moro com minha mãe aqui no centro e estamos precisando de uma empregada pra trabalhar meio período. Somos só nos dois (ele e a mãe) e a casa é pequena, dá pra você fazer em meio período. Pago 400 reais, dou cesta básica e vale transporte. Interessa pra você?”
Bem vestido, bom de conversa, olhando fixamente nos olhos e aparentando muita sinceridade, em pouco tempo o elemento, que até então não despertava suspeita alguma, ganhou a confiança da mulher. Ele falou que morava perto da lanchonete onde estavam (que está situada em plena rua Floriano Peixoto) e convidou a vítima para ir ver a residência e já conhecer sua mãe para acertarem o emprego.
Acreditando na sinceridade do elemento, a mulher que tem filhos pequenos para tratar, muita necessitada do trabalho, aceitou ir ver a casa onde possivelmente iria começar a trabalhar.
O elemento disse que estava com o carro logo ali do lado e não iriam a pé para chegarem rápido.
A vítima, e o até então insuspeito empregador, entraram no automóvel, que ela não soube precisar a marca e o modelo, mas descreveu como um carro branco.
Foi o maior erro que ela cometeu na vida.
Momentos de terror
Imediatamente após ligar o veículo, o elemento começou a deixar as ruas centrais, tomando o rumo da Rodovia Waldomiro Correia de Camargo (Itu/Sorocaba).
Percebendo que algo estava errado, a mulher questionou o falso empregador sobre o rumo que estavam tomando, dizendo que estavam saindo da cidade.
O elemento, naquele instante começou a deixar claro que era um psicopata, ao dizer para a vítima que “ia lhe dar o serviço que ela queria”.
Aterrorizada a mulher começou a gritar para que o maníaco a deixasse sair. No desespero ela abriu a porta do carro para se jogar, mesmo estando em alta velocidade. Foi nesse momento que o psicopata pegou uma faca que estava no veículo e encostou na vítima, ameaçando mata-la ali mesmo se não fechasse a porta novamente e parasse de gritar.
Desesperada e chorando muito, a mulher obedeceu o maníaco.
Com uma mão no volante e outra roçando a faca no corpo dela, o pervertido conduziu a vítima até uma estradinha de terra, em frente ao Posto Catarinense.
Adentrando a referida estrada, o maníaco parou o carro em um local deserto.
Estuprador e vítima... estavam sozinhos.
Estupro consumado
Sabendo exatamente o que a mulher pretendia fazer (fugir), assim que parou o carro, o maníaco saltou para o banco da vítima e saiu do veiculo junto com ela pela porta de passageiros, sem tirar a faca do seu pescoço.
Em dado momento, a mulher tentou correr, mas foi segurada pelo cabelo e levou um soco nas costas.
Sob ameaça de morte, o criminoso obrigou a mulher a tirar toda a roupa e encostando a faca no pescoço, mandou que fizesse sexo oral nele.
Depois, obrigou a vítima a ficar de costas e a violentou das formas mais sádicas e brutais, que nem precisam ser descritas aqui.
Satisfeito com o terror que causou na mulher, o maníaco abandonou a vítima naquele local, após suas perversões sexuais, entrou no carro e desapareceu.
A vítima, muita abalada, saiu desesperada pela estrada pedindo ajuda e acabou sendo socorrida por um veiculo que passava pelo local.
Nesse intervalo a PM foi acionada e conduziu a vítima até o atendimento médico.
Retrato Falado
A reportagem da Folha esteve com a vítima e ouviu detalhadamente a história de terror que ela viveu. Pelo fato de ser desenhista, este repórter que redige esta matéria, pediu para que a mulher descrevesse o estuprador em detalhes. Muito abalada com o crime e com a imagem ainda nítida do maníaco na cabeça, a vítima foi fornecendo todos os detalhes do perfil físico do estuprador, enquanto o desenho era traçado.
A vítima contou que o criminoso havia acabado de raspar o cavanhaque e que a marca estava muito forte no rosto dele. Também disse que era um homem pardo, mais ou menos 1,70 de altura, cabelo escuro penteado para trás, aparentando estar com gel, forte, tipo segurança e barrigudo, porém não gordo. Ou seja, as mesmas características do criminoso que havia atacado cinco dias antes.
Ao ver o retrato pronto a vítima foi categórica ao afirmar “é este o homem que me violentou”.
A delegada doutora Lia Limongi, que responde pelo 3° DP e atualmente pela Delegacia da Mulher, entrou em contato com a reportagem do Folha e fez a apreensão do desenho, para que o mesmo fosse utilizado na investigação policial.
O retrato falado do suspeito também foi repassado para todos os jornais das cidades vizinhas.

Estuprador ataca novamente
Uma moto parada no acostamento da rodovia Valdomiro Correa de Camargo, próximo a balança de pesagem de caminhões, chamou a atenção da Polícia Militar, na noite do último domingo, por volta das 22h.
Estranhando o fato, os policiais que estava fazendo patrulhamento pelo local pararam e foram até a moto, quando viram um rapaz do outro lado da pista, gritando que a moto era dele.
Em seguida, os PMs ouviram mulheres pedindo socorro, saíram do mato gritando que tinham sido estupradas pelo dono da moto.
As vítimas uma doméstica de 33 anos e uma professora de 25 anos, ambas moradoras da cidade de Sorocaba, disseram aos policiais que o homem estava com uma arma, localizada no mato, próximo de onde ele havia saído.
As vítimas contaram aos policiais que tinham acabado de chegar de viagem e estavam indo para um ponto de ônibus, quando um indivíduo de capacete parou e as ameaçou com uma arma.
Assustadas, as moças foram obrigadas a entrar com marginal no mato.
Os minutos seguintes foram de desespero e medo. Durante quarenta minutos, as duas mulheres foram obrigadas a manter relações sexuais com o maníaco. Sem tirar o capacete e sem usar preservativo, o motoqueiro as obrigou a fazer sexo oral e anal.
Humilhadas e dominadas pelo medo, elas não tinham mais esperanças de sair com vida do local, já que todo o tempo o psicopata as ameaçava de morte.
Mas, de repente um barulho chamou a atenção do criminoso. Era a polícia. O motoqueiro então, vestiu sua calça e apontando a arma para a cabeça de uma das vítimas mandou que elas ficassem quietas, pois iria falar com os policiais.
Percebendo o que estava acontecendo, as mulheres não tiveram dúvida e saíram correndo em direção aos policiais, gritando que tinham sido violentas por aquele indivíduo e mostraram aos PMs o local onde o estuprador havia jogado a arma.
Sem saber o que fazer, o maníaco negou tudo e disse aos policiais que na verdade ele tinha sido parado pelas duas moças. Segundo ele, elas pediram para que as levassem até o bairro Portal do Éden em Sorocaba.
O motoqueiro contou que elas se oferecem pagar o serviço com favores sexuais e então entraram no mato. Lá, o estuprador disse que enquanto uma o masturbava, a outro pedia para que ele “enfiasse o dedo” em sua parte íntima.
Foi nessa hora que escutaram a polícia. Mas, ele conta que foi surpreendido com a atitude das moças, o acusando de abuso sexual. O rapaz negou tudo e disse também que não possuía arma.
Os policiais informaram que as moças iriam ser encaminhadas ao IML, onde passariam por exames para comprovar a versão delas.
Sabendo o que tinha feito, o indivíduo tentou fugir e entrou em luta corporal com os policiais. O rapaz foi dominado e recebeu voz de prisão.
O exame feito nas moças confirmou o estupro e o maníaco identificado como Marcone Ferreira dos Santos, de 28 anos, foi preso em flagrante. Os policiais também apreenderam seu revólver um, calibre 38 e munições.
Após investigações ficou comprovado que Marcone também era o sinistro GarraNegra, que havia violentado outra mulher meses antes. (Márcia Roldan)