Enquanto estuprava, ele gostava de retalhar suas vítimas com uma tesoura, uma chave de fenda e um alicate
Um dos crimes que mais aterrorizou as mulheres de Itu no
final dos anos oitenta, não aconteceu nesta cidade. Mas, foi perto, em
Cabreúva, cidade vizinha.
Já se passaram 26 anos, mas muitas pessoas ainda não se
esqueceram daquele homem. E muito menos do que ele fez.
Uma tesoura, uma chave de fenda e um alicate. Nas mãos de
uma pessoa comum, esses utensílios seriam apenas ferramentas de trabalho. Mas,
nas mãos de Dionísio Moraes de Araújo, esses instrumentos transformavam-se em
um mortífero arsenal, usado para torturar, mutilar e estuprar.
Foi em uma fria manhã do dia 8 de junho de 1989, que
aconteceu o primeiro crime.
Uma mulher de 25 anos passava por uma rua ainda deserta
de Cabreúva, indo em direção ao trabalho, quando foi abordada por um elemento
desconhecido.
O individuo tinha um olhar sinistro que expressava pura
maldade. Nas mãos, trazia uma tesoura e uma chave de fenda. Ameaçando
retalhá-la ali mesmo, caso gritasse ou não fizesse o que ele mandasse, o
maníaco obrigou a mulher a entrar com ele em um matagal das imediações.
Implorando para não ser morta, a mulher obedeceu. No
matagal, ele mandou ela tirar as roupas, deixando evidente que pretendia
violentá-la.
Para terror da vítima, um alicate surgiu nas mãos do
maníaco, aumentando ainda mais seu bizarro arsenal.
Dominado por um desejo sádico e doentio, o psicopata
passou a estuprar a mulher indefesa das mais variadas formas. Em dado momento,
desferiu uma tesourada nas costas dela. Depois outra, que foi seguida por uma
perfuração de chave de fenda. A dor deixava o maníaco cada vez mais excitado e
foi por isso, que ele arrancou vários pedaços da carne da mulher com um
alicate.
A tortura parecia não ter fim. Ela implorava por socorro
enquanto era estuprada e mutilada pelo demente.
Quando finalmente chegou ao clímax de seu prazer doentio,
o maníaco abandonou a mulher toda ensanguentada com o corpo mutilado no meio do
mato e foi embora.
Apesar do deplorável estado físico e emocional, a mulher
sobreviveu, graças aos caprichos do próprio maníaco, que gostava de abandonar
as vítimas aterrorizadas após seu ataque.
O crime horrendo abalou a cidade de Cabreúva e a cidade
de Itu, afinal, o maníaco poderia ser de qualquer lugar das proximidades.
O delegado daquela cidade, Doutor Antônio Góes Filho,
reuniu sua equipe da Policia Civil e passou a investigar o caso. Prender o
criminoso era a prioridade da polícia.
Três semanas depois do bárbaro crime, o maníaco voltou a
atacar.
Era dia 29 de junho.
Naquele dia, uma moça de 21 anos foi encontrada
ensanguentada em um matagal com várias mutilações no corpo. Havia sido
estuprada e torturada pelo maníaco, que já estava sendo chamado de “A Besta de
Cabreúva”.
O delegado Góes intensificou as investigações junto com
sua equipe, e depois de muito procurar o suspeito pela cidade, decidiu
vasculhar as chácaras nos arredores de Cabreúva.
Foi em uma delas, a chácara Bougaville, que os
investigadores e o delegado avistaram um elemento que batia com a descrição do
suspeito procurado.
Assim que se aproximaram do individuo para uma
averiguação, ele ficou apreensivo, visivelmente nervoso e, antes que pudesse
ser interrogado, saiu em disparada, em direção a um matagal existente nas
proximidades.
Os policiais conversaram com a mulher do suspeito e
conseguiram uma foto dele, que posteriormente foi apresentada para as duas
vítimas. Foi reconhecido imediatamente.
O maníaco Dionísio Moraes de Araújo tinha 30 anos, era
amasiado e pai de uma criança de quatro. Trabalhava como caseiro naquela
chácara.
Aparentemente era uma pessoa normal. Mas só aparentemente.
Algum tempo depois, a polícia voltou para a chácara e
soube que o maníaco também havia retornado.
Sabendo que não poderiam invadir a casa sem um mandado, o
delegado Góes veio imediatamente até Itu, e conseguiu um mandado de prisão com
o juiz Doutor Antônio Rigolim.
Assim que chegou em Cabreúva, Góes e os policiais
arrombaram a porta da casa e prenderam o homem que estava aterrorizando as
mulheres daquela cidade.
Após ter sido reconhecido novamente pelas vítimas, agora
na delegacia, Dionísio confessou friamente seus crimes e ainda contou que
premeditava seus estupros. Ele sabia toda a rotina de suas vítimas.
Ao levantar os antecedentes do maníaco, a polícia descobriu
que ele já havia cumprido pena na cidade de Lúbia, por ter praticado o mesmo
tipo de crime. Mas, isso não era tudo, Dionísio também era procurado pela
policia das cidades de Lucélia e Oswaldo Cruz, onde havia estuprado e mutilado
outras mulheres.
A Besta de Cabreúva foi presa em flagrante e como estava
sendo acusado de vários crimes, pegou muitos anos de prisão.
Isso foi há 26 anos.
Hoje, se não estiver morto, Dionísio está com 56 anos de
idade.
Talvez esteja preso em alguma penitenciária do Estado. Ou
quem sabe já esteja solto, vivendo tranquilamente em alguma cidadezinha do
interior e andando por aí, com sua chave de fenda, seu alicate e é claro... sua
tesoura.
Um comentário:
Troca uma idéia com o Dantas Filho. Ele tá com um jornal novo na cidade de Itu, o "5 Estrelas". Acho que tá faltando policial naquele jornal.
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