segunda-feira, 22 de julho de 2013


O ASSASSINO DA MAGIA NEGRA

 
Madrugada de domingo, 2 de maio de 2004.
Loteamento Quintas das Laranjeiras, zona rural de Itu.
 O casal de irmãos, Elaine Cristina Reis de Oliveira e Valdeci Andrade de Oliveira, estão dormindo na pequena casa de três cômodos, onde residem, em um dos sítios do Loteamento.
 Elaine tem 26 anos e seu irmão 28. Ambos serão brutalmente assassinados esta noite.
 O assassino que executará os crimes está atrás de Elaine, mas como o irmão também está na casa, vai ser morto como queima de arquivo.
 Elaine tem três filhos, mas desde quinta-feira, eles estão na casa do pai, o ex-marido dela, um caseiro de 33 anos. Eles estão separados desde outubro. A cada quinze dias, o caseiro a visita para ver as crianças. Na próxima vez que ele voltar a vê-la, ela já estará morta.
 Fora da casa a escuridão da madrugada é total.
 Com exceção do casal de assassinos que está lá fora espreitando a casa, não há mais ninguém na rua. Sem testemunhas, sem curiosos, sem ninguém.
 Somente a morte a espreita.
 Duplo homicídio
 Manhã de domingo
 A Polícia Militar recebe uma ligação anônima, informando que em uma determinada casa do Loteamento Quintas das Laranjeiras, houve um duplo homicídio.
 São 10h20 quando a PM chega ao local.
A cena é assustadora, do tipo que não se vê todos os dias. O corpo de Valdeci está estendido no chão com uma perfuração na cabeça. Está morto.
Sua irmã não teve destino melhor. O corpo ela está estendido sobre a cama, todo perfurado de balas. Levou tiros na cabeça, no ombro e no pescoço.
 O delegado Antônio Góes Filho, que está de plantão no domingo, comparece na cena do crime, acompanhado por outros policiais civis de Itu e peritos de Sorocaba.
 A equipe de Góes nota que não há nenhum sinal de arrombamento na casa, nem sinal de briga. Os policiais começam a fazer perguntas pela vizinhança, mas ninguém diz ter notado nada de estranho.
 O caso se transforma na manchete policial principal dos jornais República e Periscópio, da semana.
A Polícia já descartou a hipótese de roubo e desconfia que o alvo dos matadores fosse Elaine, e que o irmão foi morto por queima de arquivo.
 Nos dias seguintes, com a notícia estampada nos jornais da cidade, o caso é comentado a exaustão nas esquinas, bares e casas.
Mas, um mês depois, ninguém mais se lembra do bárbaro assassinato do casal de irmãos.
 Quase ninguém. Os policiais do 4º Distrito Policial, região onde ocorreu o duplo homicídio, estão empenhados em solucionar o crime.
 O carro do medo
 Dezembro de 2004.
 Faltam apenas dois dias para o Natal.
 O frentista Marcos Aurélio Cirilo de Oliveira, de 24 anos, está sentado no banco do motorista de seu carro, um Ômega azul marinho, com placas de Sorocaba.
 A manhã está ensolarada.
 O Ômega de vidros insulfilmados está estacionado em uma estrada vicinal que dá acesso a um condomínio de chácaras, localizado no bairro Varejão, zona rural da cidade.
 Cirilo é um rapaz trabalhador, não tem antecedentes criminais e sempre foi um bom funcionário no Posto de Gasolina em que trabalha. O Posto está localizado na região do Pirapitingui e o rapaz mora mais pra frente, no bairro Cajuru, já pertencente ao município de Sorocaba.
 Ambicioso, Cirilo sempre quis ter um carro bom. Como seu salário não permite extravagâncias, acabou emprestando dinheiro de um amigo comerciante, para comprar o automóvel. Esse amigo tem muita confiança em Cirilo e não se importou em emprestar o dinheiro.
 São 10h30. Um homem que está indo para o trabalho passa pelo Ômega e nota que há alguém dentro dele. Mas, como os vidros são escuros, não consegue distinguir a figura em seu interior.
 Bem mais tarde, o mesmo homem retorna do trabalho, passa pelo mesmo local e nota que tanto o veículo, como a pessoa que está dentro dele, permanecem na mesma posição. Algo está errado.
 Movido pela curiosidade o homem chega bem pertinho do carro, encosta o rosto no vidro e olha para o interior do veículo. Ele se assusta ao ver a cena macabra dentro do carro. O motorista está estático, com o corpo coberto de sangue.
 A Polícia é acionada imediatamente.
 Crime macabro
 A Polícia Militar, a Técnica e a Civil, comandada pelo delegado Góes, chegam ao local onde o Ômega está estacionado.
 Assim que a porta do carro é aberta, a cena aterradora fica exposta. O jovem Marcos Aurélio Cirilo está morto no banco de seu carro. Foi cruelmente assassinado. A cabeça está quase dependurada, devido a um corte preciso e fulminante. Está quase separada do corpo. O peito e as costas do rapaz estão retalhados. Ele levou pelo menos dez facadas. Golpes precisos e letais.
 Não há marcas de lutas no interior do veículo, o que leva a crer que o assassino matou a vítima provavelmente fora do carro e teve o sangue frio de colocar o corpo sentado no banco do motorista, trancado as portas e ido embora.
 Vigias de um condomínio próximo dali contam aos policiais que na noite anterior,  viram o Ômega rondando as imediações. O fato do local em torno do carro estar limpo, reforça a convicção da Polícia de que o crime ocorreu em outro lugar.
 O delegado Góes lamenta que esse já seja o 19º homicídio do ano.
 A notícia do crime horrendo abala a cidade.
 A População não sabe absolutamente nada sobre os motivos que poderiam ter culminado naquele pavoroso assassinato.
 Mas, a Polícia Civil já tem pistas do crime.
 O suspeito
 Os policiais do 4º DP passaram o ano inteiro investigando vários roubos de chácaras que ocorreram na região do Pirapitingui. Alguns suspeitos chegaram a ser presos, outros continuam foragidos. Há também aqueles que não foram presos, não estão foragidos e nem sequer desconfiam que aos olhos da Polícia Civil, são considerados suspeitos. Extremamente suspeitos.
 O frentista João Vicente Arruda, de 28 anos, é um desses suspeitos.
 Desde o assassinato do jovem Cirilo, os policiais do 4º DP passaram a ouvir depoimentos das pessoas ligadas a ele, principalmente no trabalho.
 João Vicente, um amigo de Cirilo chamou a atenção dos policiais. Ele trabalha no mesmo Posto de Gasolina onde a vítima trabalhava.
 Seu depoimento é inseguro. Seus olhos frios e distantes deixam transparecer uma certa maldade.
 O escrivão Reinaldo, da Polícia Civil ituana já ouviu o depoimento de José Vicente. Ele não acreditou em uma única palavra do que ele disse.
 Reinaldo também já ouviu alguns ladrões presos recentemente por envolvimento em roubos de chácaras. O nome de Vivente já surgiu várias vezes no meio dessas conversas. Sempre por parte dos ladrões, ex-comparsas, que acusam Vicente de pertencer a uma quadrilha especializada em roubos de chácara.
 Mas não é só isso que dizem de Vicente. Dizem muito mais, e as histórias sobre ele... são assustadoras.
 Diversas vezes, Vicente já comentou com seus comparsas que quando sai para matar alguém, sempre leva uma garrafa de vidro com rolha. Ele conta aos parceiros que após matar sua vítima,  aprisiona a alma dela dentro daquela garrafa, depois leva até o cemitério e entrega ao Diabo.
 Ninguém ri das histórias de Vicente, pelo contrário, até mesmo os criminosos que andam com ele ficam com medo.
 Dizem que ele é iniciado em magia negra.
 Dizem que ele é um homem cruel e impiedoso.
 Dizem que ele é um assassino sinistro.
 E dizem também que foi ele quem matou cruelmente um casal de irmão meses atrás, e agora degolou o frentista do Posto.
 Casal sinistro
 Dia 2 de maio de 2005.
 Faz exatamente um ano que um duplo homicídio abalou a cidade. A população já deve ter se esquecido do crime. Mas não os policiais do 4º DP.
 A equipe comandada pelo delegado Góes sabe exatamente quem é o assassino, onde ele está e por que  cometeu os crimes.
 E hoje irão prendê-lo.
 As investigações da Polícia Civil colocaram João Vicente como sendo o principal suspeito dos assassinatos do casal de irmãos e do frentista do Posto de Gasolina. Essas mesmas investigações levaram a crer que esse indivíduo está por trás de vários roubos de chácaras ocorrido nas imediações da região do Pirapitingui.
 Uma denúncia anônima informa aos policiais que Vicente está em sua casa, em uma chácara do Varejão, com um pequeno arsenal.
 Os policiais invadem a casa e encontram o suspeito e sua mulher, Ana Paula Tenório, de 25 anos.
 Na casa, a Polícia encontra um revólver calibre 38, duas espingardas calibre 12 e uma calibre 28.
 Vicente e sua esposa são presos em flagrante por porte ilegal de arma.
 Mas a Polícia sabe que os dois são culpados de outros crimes.
 Durante o interrogatório, os policiais deixam bem claro que sabem do envolvimento de ambos em crimes de assassinatos. Nas horas seguintes, os três homicídios do ano anterior são finalmente esclarecidos.
 Elaine, a primeira vítima, fazia visitas regulares a um homem que estava preso em Sorocaba. Esse presidiário, segundo informações, pertencia a uma facção criminosa, mas teria sido assassinado por Vicente, sem autorização da facção. Elaine, que conhecia Vicente, e sabendo que ele seria o autor do crime, havia ameaçado entregá-lo ao comando, que provavelmente o mataria. Para calar a mulher, Vicente, acompanhado de sua esposa, foi até a casa de Elaine e a fuzilou. O irmão não tinha nada a ver com a história, mas como era testemunha, teve o mesmo destino.
 Meses depois Vicente convidou seu companheiro de trabalho Marcos Aurélio, para realizar um roubo. Eles iriam sequestrar e roubar um comerciante que ambos conheciam. Porém, ao saber que a vítima seria a mesma pessoa que lhe emprestou dinheiro para comprar o carro, no momento em que mais precisou, o jovem, fingiu aceitar o convite e avisou o comerciante do risco extremo que este corria.
 Na data em que o assalto e sequestro seria executado, o comerciante pegou a esposa e foi embora mais cedo, frustrando o crime de Vicente.
 Esse, por sua vez percebeu que fora traído por Cirilo, mas não demonstrou. Em seguida, alegou que havia arquitetado um novo golpe e armando uma cilada para o companheiro, saiu junto com ele e o matou em seguida, deixando seu corpo dentro do carro.
 Indagado sobre as diversas acusações de prática de magia negra, Vicente negou todas elas, mas assim que entraram em sua casa, os policiais encontraram diversos objetos ligados a esses rituais. Fontes incontestáveis também contaram na Polícia o envolvimento de Vicente com rituais satânicos.
 Presa no Presídio Feminino de Votorantim, Ana Paula, a esposa de Vicente, tornou-se lendária no local, virando a chefona de cerca de duzentas presas. Depois de cumprir dois anos nesse presídio,  foi condenada a 27 anos de prisão, por ser coautora no duplo homicídio e mandada para uma penitenciária do Estado.
 Vicente pegou 16 anos de prisão pelo assassinato de Marcos Aurélio e logo seria julgado pelo duplo homicídio do casal de irmãos, triplicando sua sentença.
 Quanto às almas das vítimas, que ele teria aprisionado dentro de uma garrafa e entregado ao Diabo, ninguém sabe absolutamente nada.
 Mas, pessoas próximas dele, realmente afirmam que todas as vezes que saiu para matar, João Vicente Arruda, o assassino da magia negra, nunca esqueceu de levar seu revólver carregado, sua faca afiadíssima, e é claro... sua garrafa de vidro.
 


quarta-feira, 17 de julho de 2013


PAIXÃO ASSASSINA

A MANICURE NILZA MARIA MENDES
 
SEU MARIDO E ASSASSINO RICARDO ALENCAR

AS ARMAS UTILIZADAS NO MACABRO ASSASSINATO
 
 
Cidade de Itu.
Madrugada de 10 de abril de 2012.
Um crime brutal, praticado com requintes de crueldade, está prestes a ocorrer na casa de número 358, da Rua Carlos Cassani, no Santa Laura.
É neste endereço que mora a manicure e auxiliar de produção Nilza Maria Mendes. Ela só tem 30 anos. E vai morrer hoje.
Na mesma residência, também mora o marido de Nilza, o montador Ricardo Alencar, de 31 anos e a filha dela, uma garota de 12 anos.
Muito bonita e trabalhadeira, Nilza é uma pessoa bastante querida no bairro. Trabalha o dia todo na Emicol, enquanto o marido trabalha na Mabe.
Quando chega em casa, no final da tarde, toma um banho, ajeita um pouco as coisas, pega a bicicleta e vai “fazer as unhas” de suas clientes. Nilza tem muitos sonhos e planos, por isso batalha tanto.
Ultimamente, as coisas não andam bem em casa. Seu marido anda excessivamente ciumento. Discussões ocorrem quase todos os dias.
Ricardo, que diz ser evangélico e frequentador fiel de uma igreja, não se conforma com o fato de Nilza manter uma boa amizade com seu ex-marido, pai de sua filha. Ele desconfia que a esposa está tendo um caso. Já insinuou isso diversas vezes. A paranoia dele cresceu tanto nos últimos dias, que Ricardo chega ao ponto de gravar no celular as discussões que tem com a mulher, para ver se pega algum detalhe da briga, que a comprometa.
 Mesmo sem prova alguma, ele está convencido que está sendo traído. E pensamentos ruins passam pela sua cabeça. O tempo todo.
Diversas vezes Ricardo já conversou com um pastor de sua igreja e fez seu desabafo. Hoje enquanto Nilza cuida de seus afazeres, o marido está novamente conversando com o pastor. Fala que está infeliz e conta que acredita estar sendo traído pela esposa. Diz que está se segurando pra não fazer uma besteira.
Em um ato de irresponsabilidade total, por saber que o montador já se encontra desesperado, o pastor diz a última coisa que poderia dizer para um homem alucinado: “a morte está rondando sua casa”. É exatamente isso que o pastor diz a Ricardo.
Na madrugada, Ricardo chega em casa alucinado.  Está mais desesperado e nervoso do que nunca. Nilza se surpreende com a chegada do marido naquele estado e tenta conversar.
Alterado, diz pra ela confessar que o está traindo. Ela nega. Diz que sempre o amou nesses quatro anos que estão juntos e não tem motivo algum para cometer uma traição.
A frase dita pelo pastor “a morte ronda sua casa”, está explodindo na cabeça de Ricardo. Ele não quer conversar mais, exige que a mulher confesse de qualquer maneira que tem outro. Ela continua negando.
“Endemoniado”, como ele próprio contará no dia seguinte, Ricardo pega duas afiadas facas de cozinha e parte como um louco pra cima da esposa.
Nilza se desespera e grita pra ele parar. Ele responde enterrando uma das facas até o cabo no peito dela. A filha de Nilza está em casa e presencia a cena.
O demônio que dominou a mente de Ricardo quer mais sangue. Ele não vai parar apenas com uma facada.
 Enquanto a esposa agoniza, ele desfere outra facada, depois outra, mais outra e mais outra... Só para depois do sexto golpe. Nilza cai ensanguentada no chão.
Com as duas facas na mão e um olhar assassino estampado no rosto, Ricardo olha para a filha da esposa, testemunha do crime.
A menina percebe que vai morrer se não fugir agora. Ela sai correndo, passando sob o corpo ensanguentado da mãe e vai pra fora chamar por socorro.
Um sobrinho de Nilza, ouvindo a gritaria, olha pela janela e ainda chega a ver a vítima sendo agredida por Ricardo.
O assassino foge da casa antes de ser detido pelos parentes da esposa que moram próximo, e se embrenha na mata. Não será capturado hoje.
Nilza chega a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Mas já é tarde. Tarde demais.
A Polícia Militar chega ao local do crime, realiza buscas nas imediações, mas não encontra o assassino.
Ricardo está escondido na mata, andando de um lado pra outro na escuridão, paranoico, alucinado e pensando seriamente em se suicidar. Mas não tem coragem.
Na manhã seguinte, quando o dia já clareou, Ricardo começa a rondar sua casa, onde matou a mulher. É visto por uma vizinha que aciona a Polícia Militar. Porém, antes que as autoridades cheguem, ele é visto por outros vizinhos. A revolta é grande. Ricardo é abordado por moradores das proximidades e começa a ser agredido. A intenção dos vizinhos é linchá-lo até a morte pelo crime que cometeu.
A polícia chega na hora em que ele começa a apanhar. E o salva do linchamento.
Conduzido ao 1º Distrito Policial, Ricardo é autuado e preso em flagrante por homicídio qualificado.
Nilza é sepultada na manhã seguinte.
 JULGAMENTO DE UM ASSASSINO
Dia 18 de abril de 2013.
São 13h e o Fórum de Itu está lotado.
Faz um ano desde o assassinato de Nilza.
O dia está ensolarado.  A tarde quente.
Alguns advogados estão suando dentro de seus ternos escuros.
Mas, a maior preocupação de Ricardo Alencar, não é o calor,  nem as correntes que prendem suas pernas, causando um visível desconforto.
De cabeça sempre baixa, ele veste o uniforme marrom, usado no presídio onde cumpre pena há um ano e chora muito.
Hoje é do dia de seu Júri Popular.
Assim que os jurados são sorteados o Juiz dá a palavra  Ricardo.
Quase sem conseguir falar, ele pede perdão para toda a família da vítima que está no tribunal e diz que não gostaria que vendessem a casa que ele e a esposa construíram. Diz  que a vontade dele é que a casa fique para  a filha de Nilza, e para seu filho pequeno, de outro relacionamento.
Em seguida, começa sua defesa. Conta que na data do crime,  por volta de 1h da manhã, chegou em casa, vindo do trabalho e começou a conversar com a esposa sobre a separação dos dois. Segundo o réu, Nilza pegou uma faca e partiu pra cima dele. Para se “defender”, diz que pegou outra faca e esfaqueou a esposa.
O advogado de Ricardo insiste na tese de “legitima defesa”, e que a família poderia ter interferido na hora do crime, já que estavam presentes do lado de fora da casa. Em dado momento, o advogado também alega que o réu tem problemas psicológicos. E é nesse momento que o próprio Ricardo interfere e contesta o advogado. Diz que não concorda com o que seu advogado diz.
O promotor Luiz Carlos Ormeleze pede a condenação do réu por homicídio qualificado, por motivo torpe (nojento, indecente, infame, desonesto, vergonhoso) e requintes de crueldade. Pede  que o Júri  condene o assassino a pena máxima. Ormeleze chama o réu de mentiroso, por alegar legítima defesa, ao desferir seis facadas na esposa.
O julgamento termina com Ricardo Alencar sendo condenado a 16 anos de prisão, sendo 14 pelo assassinato, 1 por motivo torpe e mais 1 por  requintes de crueldade.
A família da vítima fica satisfeita que a justiça tenha sido feita e agradece de todas as formas o que eles consideram uma excelente atuação do promotor Luiz Carlos Ormeleze.
Ricardo é mandado novamente para o presídio onde cumpria pena até o julgamento, já com a condição de ser transferido para uma penitenciária, onde cumprirá sua sentença.
Como é réu primário e até onde se sabe, um “preso exemplar” , não será surpresa alguma se daqui a cinco anos ou menos, Ricardo já estiver  andando pelas ruas de Itu, de indulto ou até mesmo de regime semiaberto.  
Afinal, o nome desse país...  ainda é Brasil!