Cercado em sua chácara por policiais civis, traficante armado com duas pistolas semi-automáticas lutou até o fim, antes de tombar morto
Luveci Vieira Lima
Pistolas Ponto 40 e 9 Milímetros e, pacotes com cocaína
Centenas de pedras de crack
Panela com um kilo de crack Salto de Pirapora.
Manhã de quarta-feira. 13 de Fevereiro de 2008.
Policiais civis de Itu e Sorocaba cercam uma chácara localizada no número 17, da rua dos Florianos, no bairro Quintais de Pirapora 1.
O dono da chácara é um homem chamado Luveci Vieira Lima. Ele tem 34 anos e dorme com um olho aberto e outro fechado.
A chácara é uma mini-fortaleza, com chapas de ferro bem reforçadas nas portas. A idéia é impedir que os inimigos entrem ali.
O principal inimigo de Luveci é a Polícia Civil, que está em seu encalço há meses. Mais precisamente há quatro meses. Luveci sabe disso.
Mas ele ainda não sabe que sua casa vai cair hoje. Ele nem imagina que está prestes a morrer.
Mais conhecido como “Irmão Itu”, Luveci é apontado pela Polícia Civil, como um dos líderes do PCC em Itu. É ele quem comanda o tráfico de drogas na cidade, principalmente na região do Cidade Nova.
Luveci está atravessado com a Polícia. Ele sabe que estão na cola dele. Sabe que querem prendê-lo a qualquer custo.
Mas ele não pretende se entregar. Não tem planos de voltar para a cadeia, onde já cumpriu pena por roubo e formação de quadrilha.
Homem de atitude, Luveci matou um desafeto com sete tiros em julho de 2007. Na ocasião, ele e um comparsa entraram dentro da casa de um rapaz conhecido como Xandi, residente no Cidade Nova, e o matou na frente da própria mãe da vítima.
Quatro tiros na cabeça, um na axila direita, um no peito e um na mão esquerda, foi desta forma brutal que Luveci matou seu desafeto. A mãe da vítima implorou para que ele não matasse o filho dela, que também traficava drogas. Mas ele atirou assim mesmo. Sem dó, sem perdão.
Hoje, sete meses depois, Luveci vai morrer de forma bastante parecida, fuzilado por policiais civis.
Mas ele ainda não sabe.
Dentro da casa, Luveci guarda 9 kilos de cocaína, 319 pedras de crack e uma panela com cerca de 1kilo de crack, que ele mesmo está preparando.
Duas pistolas utilizadas pelas Forças Armadas, sendo elas uma Ponto 40 e uma 9 Milímetros também estão em poder de Luveci.
Ele dorme com as armas nas mãos. Um olho aberto e outro fechado. Ele é esperto, desconfiado. Está sempre atento.
Lá fora, policiais civis da DISE de Sorocaba e do DENARC de São Paulo, chefiados por policiais do SIG de Itu, se preparam para arrombar a porta e pegar o traficante de surpresa.
São quase 6h da manhã. A Polícia tem um mandado de busca e apreensão para entrar na casa e prender Luveci.
Mas, os policiais sabem que ele não vai abrir a porta em hipótese alguma.
Já ouviram através de escutas telefônicas que o traficante sabe que a Polícia está atrás dele, e não pretende se entregar.
Foi para se esconder da Polícia, que Luveci se afastou da região do Cidade Nova e se refugiou em Salto de Pirapora.
Mas isso não importa mais, os policiais já sabem seu endereço e estão prontos para invadir a casa.
O investigador que comanda a operação dá o sinal. Os policiais se espalham, cada um vai para um lado, enquanto outros tentam arrombar a porta e pegar Luveci de surpresa.
Dentro da casa, o traficante pressente o perigo. Mesmo sem ver o que está acontecendo lá fora, ele já sabe.
Os policiais vieram pegá-lo. As duas pistolas, uma preta e outra cromada surgem nas mãos de Luveci. As armas estão carregadas. A Ponto 40 semi-automática tem 12 balas no pente, a 9 milímetros tem 15. No total, o traficante tem 27 balas, munição mais do que suficiente para matar os seis policiais lá fora. Isso se conseguir acertá-los.
Não vai ser fácil.
Mas Luveci é homem de atitude. Está sozinho na casa, mas não indefeso.
Ele está pronto para matar ou morrer por seu negócio.
Se tiver que matar policiais para escapar, ele vai matar. Mas se tiver que morrer, ele não vai implorar, não será morto de joelhos, será de pé.
Os policiais, também armados com pistolas de grosso calibre não pretendem matar o traficante. Mas, também não pretendem serem mortos por ele.
No exato momento em que a Polícia dá o primeiro golpe para arrombar a porta, um tiro de pistola estilhaça um dos vidros da casa e passa raspando em um dos policiais.
Os estilhaços de vidro atingem a mão de um dos investigadores.
A Polícia percebe que o elemento surpresa acabou.
Mais tiros vindos de dentro da casa estilhaçam mais vidros.
Policiais estouram portas e janelas e entram na casa.
Escondido em um canto da casa, Luveci luta sozinho contra os policiais. Balas voam por toda a casa. Vidros são estourados, portas são perfuradas, balas ficam encrustradas nas paredes dos cômodos.
Policiais gritam para Luveci largar as armas. Ele ignora. Continua atirando. Os policiais revidam a altura. Bala para todo lado.
Luveci em clara desvantagem leva um tiro, dois, três, quatro, cinco vários tiros. Ele tomba em um dos cômodos, todo ensangüentado. O tiroteio cessa. O interior da casa está todo destruído por tiros.
Apesar das várias perfurações, Luveci, caído no chão com suas duas pistolas, ainda respira. Ele não diz uma única palavra. Apenas respira e encara os policiais com total frieza. Não pede socorro, não pede ajuda, não pede nada.
Apenas respira, enquanto o sangue se esvai do seu corpo e começa a se espalhar pelo piso bege, que em pouco tempo fica vermelho.
Os policiais socorrem Luveci até a Santa Casa de Salto de Pirapora.
Mas não faz diferença alguma, Luveci não resiste aos ferimentos e morre.
A operação finalmente termina.
Quatro meses de investigação terminam com a morte do fornecedor da droga e da apreensão de toda a mercadoria que estava sem seu poder.
Enquanto a Polícia volta para a Delegacia pensando no extenso relatório que precisa apresentar, o corpo de Luveci segue para o IML, a notícia da morte se espalha através da mídia, e em algum lugar, outros criminosos já começam a se preparar para ocupar o posto deixado por Luveci.
Terminou uma batalha, mas a guerra continua. (RC)
Manhã de quarta-feira. 13 de Fevereiro de 2008.
Policiais civis de Itu e Sorocaba cercam uma chácara localizada no número 17, da rua dos Florianos, no bairro Quintais de Pirapora 1.
O dono da chácara é um homem chamado Luveci Vieira Lima. Ele tem 34 anos e dorme com um olho aberto e outro fechado.
A chácara é uma mini-fortaleza, com chapas de ferro bem reforçadas nas portas. A idéia é impedir que os inimigos entrem ali.
O principal inimigo de Luveci é a Polícia Civil, que está em seu encalço há meses. Mais precisamente há quatro meses. Luveci sabe disso.
Mas ele ainda não sabe que sua casa vai cair hoje. Ele nem imagina que está prestes a morrer.
Mais conhecido como “Irmão Itu”, Luveci é apontado pela Polícia Civil, como um dos líderes do PCC em Itu. É ele quem comanda o tráfico de drogas na cidade, principalmente na região do Cidade Nova.
Luveci está atravessado com a Polícia. Ele sabe que estão na cola dele. Sabe que querem prendê-lo a qualquer custo.
Mas ele não pretende se entregar. Não tem planos de voltar para a cadeia, onde já cumpriu pena por roubo e formação de quadrilha.
Homem de atitude, Luveci matou um desafeto com sete tiros em julho de 2007. Na ocasião, ele e um comparsa entraram dentro da casa de um rapaz conhecido como Xandi, residente no Cidade Nova, e o matou na frente da própria mãe da vítima.
Quatro tiros na cabeça, um na axila direita, um no peito e um na mão esquerda, foi desta forma brutal que Luveci matou seu desafeto. A mãe da vítima implorou para que ele não matasse o filho dela, que também traficava drogas. Mas ele atirou assim mesmo. Sem dó, sem perdão.
Hoje, sete meses depois, Luveci vai morrer de forma bastante parecida, fuzilado por policiais civis.
Mas ele ainda não sabe.
Dentro da casa, Luveci guarda 9 kilos de cocaína, 319 pedras de crack e uma panela com cerca de 1kilo de crack, que ele mesmo está preparando.
Duas pistolas utilizadas pelas Forças Armadas, sendo elas uma Ponto 40 e uma 9 Milímetros também estão em poder de Luveci.
Ele dorme com as armas nas mãos. Um olho aberto e outro fechado. Ele é esperto, desconfiado. Está sempre atento.
Lá fora, policiais civis da DISE de Sorocaba e do DENARC de São Paulo, chefiados por policiais do SIG de Itu, se preparam para arrombar a porta e pegar o traficante de surpresa.
São quase 6h da manhã. A Polícia tem um mandado de busca e apreensão para entrar na casa e prender Luveci.
Mas, os policiais sabem que ele não vai abrir a porta em hipótese alguma.
Já ouviram através de escutas telefônicas que o traficante sabe que a Polícia está atrás dele, e não pretende se entregar.
Foi para se esconder da Polícia, que Luveci se afastou da região do Cidade Nova e se refugiou em Salto de Pirapora.
Mas isso não importa mais, os policiais já sabem seu endereço e estão prontos para invadir a casa.
O investigador que comanda a operação dá o sinal. Os policiais se espalham, cada um vai para um lado, enquanto outros tentam arrombar a porta e pegar Luveci de surpresa.
Dentro da casa, o traficante pressente o perigo. Mesmo sem ver o que está acontecendo lá fora, ele já sabe.
Os policiais vieram pegá-lo. As duas pistolas, uma preta e outra cromada surgem nas mãos de Luveci. As armas estão carregadas. A Ponto 40 semi-automática tem 12 balas no pente, a 9 milímetros tem 15. No total, o traficante tem 27 balas, munição mais do que suficiente para matar os seis policiais lá fora. Isso se conseguir acertá-los.
Não vai ser fácil.
Mas Luveci é homem de atitude. Está sozinho na casa, mas não indefeso.
Ele está pronto para matar ou morrer por seu negócio.
Se tiver que matar policiais para escapar, ele vai matar. Mas se tiver que morrer, ele não vai implorar, não será morto de joelhos, será de pé.
Os policiais, também armados com pistolas de grosso calibre não pretendem matar o traficante. Mas, também não pretendem serem mortos por ele.
No exato momento em que a Polícia dá o primeiro golpe para arrombar a porta, um tiro de pistola estilhaça um dos vidros da casa e passa raspando em um dos policiais.
Os estilhaços de vidro atingem a mão de um dos investigadores.
A Polícia percebe que o elemento surpresa acabou.
Mais tiros vindos de dentro da casa estilhaçam mais vidros.
Policiais estouram portas e janelas e entram na casa.
Escondido em um canto da casa, Luveci luta sozinho contra os policiais. Balas voam por toda a casa. Vidros são estourados, portas são perfuradas, balas ficam encrustradas nas paredes dos cômodos.
Policiais gritam para Luveci largar as armas. Ele ignora. Continua atirando. Os policiais revidam a altura. Bala para todo lado.
Luveci em clara desvantagem leva um tiro, dois, três, quatro, cinco vários tiros. Ele tomba em um dos cômodos, todo ensangüentado. O tiroteio cessa. O interior da casa está todo destruído por tiros.
Apesar das várias perfurações, Luveci, caído no chão com suas duas pistolas, ainda respira. Ele não diz uma única palavra. Apenas respira e encara os policiais com total frieza. Não pede socorro, não pede ajuda, não pede nada.
Apenas respira, enquanto o sangue se esvai do seu corpo e começa a se espalhar pelo piso bege, que em pouco tempo fica vermelho.
Os policiais socorrem Luveci até a Santa Casa de Salto de Pirapora.
Mas não faz diferença alguma, Luveci não resiste aos ferimentos e morre.
A operação finalmente termina.
Quatro meses de investigação terminam com a morte do fornecedor da droga e da apreensão de toda a mercadoria que estava sem seu poder.
Enquanto a Polícia volta para a Delegacia pensando no extenso relatório que precisa apresentar, o corpo de Luveci segue para o IML, a notícia da morte se espalha através da mídia, e em algum lugar, outros criminosos já começam a se preparar para ocupar o posto deixado por Luveci.
Terminou uma batalha, mas a guerra continua. (RC)
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