terça-feira, 11 de maio de 2010

AMOR À QUEIMA ROUPA

Manhã de terça-feira. 25 de abril de 1995.
Faltam poucos minutos para às 11h30, a hora em que o crime vai ocorrer.
O empresário Antonio Francisco Delegá, chega na casa de sua ex-mulher, Dolores Valdete Alves Voss. A residência está localizada em uma rua tranquila do bairro Vila Flora. Antonio tem 41 anos. Dolores 46. Os dois são pessoas boas, queridas. Isso vai fazer com que a tragédia seja ainda mais dolorosa para os familiares e amigos.
Dentro da residência, estão apenas Dolores e sua empregada Deuzélia Rodrigues dos Santos. A empregada será a única pessoa a sair viva da casa.
Sem que as duas mulheres suspeitem, Antonio, que acaba de chegar, trás consigo uma arma carregada. É uma pistola semiautomática calibre 7.65, da Taurus. A arma é precisa, fulminante, ideal para fazer aquilo para o qual foi desenvolvida... matar pessoas.
O homem está visivelmente transtornado. Ele toca a campainha, e assim que a porta se abre, entra na casa.
A discussão entre ele e a ex, começa imediatamente após sua entrada. Está muito nervoso.
Os motivos do crime ninguém sabe ao certo. Ciúmes? Revolta com o término da relação? Vingança? Ninguém nunca vai saber. As únicas pessoas que sabem exatamente o motivo da briga que vai culminar em tragédia, vão estar mortas antes do horário do almoço.
Bastante amedrontada, Dolores manda a empregada sair pra rua buscar socorro, diz que Antonio quer matá-la. Assustada, a empregada obedece. Deixa a patroa na casa e sai em busca de ajuda. Mas a ajuda nunca virá a tempo. E esta, é a última vez que a empregada vê sua patroa com vida.
São exatamente 11h30. Assim que pisa na rua, a empregada ouve os tiros.
Ela se apavora. Antes mesmo de ver a cena, já presume o que ocorreu. Deuzélia chega desesperada até a casa do vizinho mais próximo e pede ajuda. Chama a polícia.
A polícia chega muito rápido. Mas o muito rápido, já é tarde demais para as duas pessoas na casa.
Assim que entram no imóvel, os policiais se deparam com a cena estarrecedora em um dos quartos.
De um lado, está Dolores, morta a tiros. Do outro, Antonio, morto com um tiro no ouvido. Matou a ex-mulher e se suicidou em seguida. Crime passional, praticado sob forte emoção.
Pelo fato de não haver mais ninguém na casa, que testemunhou o crime, o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, já adianta que dificilmente surgirá novas informações sobre o caso, já que todos os envolvidos estão mortos.
O que se passou na cabeça de Antonio naquele dia, naquele momento, ninguém nunca saberá. O fato dele ter levado a arma, deixou a forte suspeita de que ele já havia premeditado tanto o assassinato, como possivelmente seu próprio suicídio. Mas os motivos, para tais atitudes, somente ele poderia responder.
As duas mortes foram realmente lamentáveis, e com toda certeza são sentidas até hoje pelos entes queridos, que jamais irão se esquecer dessas duas pessoas que um dia se amaram, dividiram alegrias e tristezas, viveram juntos e fatalmente... morreram juntos.
Um ano antes desse caso, um homem de 27 anos, estrangulou sua esposa de 23 anos até a morte, cavou um buraco no quinta da casa, enterrou o cadáver e logo depois tentou se suicidar por enforcamento. Ao ser preso, ele alegou que não se lembrava de nada. Mas essa já é outra história para ser contada em outra edição de Os Crimes que Abalaram Salto.

Um comentário:

Antonio Carlos disse...

Conheci o Antonio...trabalhei com ele na York s/a era um bom moço, lamentavel seu fim