Sábado, 14 de novembro de 1996.
De todos os erros que José Isquierdo Herrero, cometeu em sua vida, o pior deles foi ter estuprado uma menina de apenas dois anos. Um bebezinho que ainda precisa do colo da mãe.
O estupro foi praticado há 15 dias, na cidade de Porto Feliz. Herrero aproveitou que a mãe da menina estava na igreja e abusou sexualmente dela. Foi um erro mortal. Para a criança o estupro vai ser traumático. Para ele, será fatal.
O crime revoltante foi descoberto no mesmo dia, assim como o acusado. Como consequência de seu ato, ele foi preso em flagrante em Porto Feliz e transferido para a Cadeia Pública de Salto.
Ele nunca foi bem vindo no local. Para os outros detentos, compostos por ladrões, assassinos e traficantes de drogas, a pena para estuprador é a morte. E eles irão deixar isso bem claro hoje.
Isaias Gonçalves Nunes, é outro presidiário que abusou dos erros que poderia ter cometido na vida. Há pouco tempo ele violentou um garotinho de 6 anos. O crime revoltou muita gente. Arrasou uma família e deixou a sociedade indignada. Mais indignados ainda, ficaram os presos da Cadeia Pública de Salto, pra onde Isaias foi trazido logo após sua prisão em flagrante ter sido decretada. Se um estuprador no local já é demais, dois é inaceitável.
E nem Deus, a menos que realmente queira, poderá impedir a fúria e revolta dos detentos, sedentos por vingança. E ao que tudo indica... Deus não irá se intrometer.
TENSÃO E MEDO NO AR
A Cadeia de Salto tem capacidade para abrigar 48 presos. Mas há 74 homens detidos no local. Reflexo direto das constantes superlotações que ocorrem há anos nesse presídio.
A maioria dos detentos é de Porto Feliz e São Roque. O restante é de Salto.
Vinte e um deles já estão condenados e tem direito a cumprir pena em regime semiaberto. Mas, por precariedade no sistema penitenciário, continuam trancafiados em regime fechado com outros presos ainda nem sequer julgados.
E, esse é o motivo principal da rebelião, que irá durar dez horas e resultar em dois horrendos assassinatos.
Nem todos os 74 detentos irão participar da rebelião, mas os que participam, são mais do que suficientes para executar o massacre, a carnificina que vem a seguir.
A noite de sexta pra sábado foi muito tensa. Ninguém dormia de madrugada. Todos sabiam o que iria ocorrer no dia seguinte.
Todos, principalmente Herrero e Isaias, que já estavam marcados para morrer.
A Cadeia de Salto tem capacidade para abrigar 48 presos. Mas há 74 homens detidos no local. Reflexo direto das constantes superlotações que ocorrem há anos nesse presídio.
A maioria dos detentos é de Porto Feliz e São Roque. O restante é de Salto.
Vinte e um deles já estão condenados e tem direito a cumprir pena em regime semiaberto. Mas, por precariedade no sistema penitenciário, continuam trancafiados em regime fechado com outros presos ainda nem sequer julgados.
E, esse é o motivo principal da rebelião, que irá durar dez horas e resultar em dois horrendos assassinatos.
Nem todos os 74 detentos irão participar da rebelião, mas os que participam, são mais do que suficientes para executar o massacre, a carnificina que vem a seguir.
A noite de sexta pra sábado foi muito tensa. Ninguém dormia de madrugada. Todos sabiam o que iria ocorrer no dia seguinte.
Todos, principalmente Herrero e Isaias, que já estavam marcados para morrer.
A MATANÇA
O motim começa logo de manhã, assim que as celas são abertas para os presos tomarem o café matinal.
Armados com estiletes artesanais afiadíssimos, que podem rasgar um homem ao meio, os presos saem das celas, trocam olhares e dão o sinal. A Rebelião começou. Muita gritaria, colchões incendiados, grades arrancadas, lâmpadas destruídas, portas quase sendo estouradas a ponta pé e uma vontade de matar que não passa.
“Jack (estuprador) tem que morrer”, grita um dos líderes do motim mais exaltado. Os outros presos concordam em coro. E subitamente, a gritaria ensurdecedora dá lugar a um silêncio. Um silêncio mortal, repleto de ódio, revolta e desejo de vingança. É quando todos olham para os dois presos, Isaias e Herrero, até então trancados na cela de “seguro”, onde ficam os condenados por estupro. Mas, não existe nenhum local seguro em uma cadeia, durante uma rebelião.
Dezenas de mãos, com extrema violência e ferramentas improvisadas estouram o cadeado da cela onde os dois prisioneiros estão detidos. Ambos são arrancados pra fora tomando chutes na barriga, socos na cara e levando todos os nomes que se possa imaginar.
Arrastados até o meio do pátio, Herrero e Isaias gritam por socorro, imploram pelo amor de Deus e por todos os santos que já ouviram falar. Apelam pela ajuda dos guardas, dos próprios detentos que não participam do massacre e até das mães, que jamais irão ouvir os gritos desesperados dos filhos, sendo massacrados sem piedade. Mas a ajuda nunca virá. O mesmo terror que um dia infligiram em crianças inocentes, agora estão sentindo.
Caídos no meio do pátio, aterrorizados como os inocentes que estupraram, os dois homens sofrem todo tipo de violência possível. Espancados a pontapés, cortados com navalhas de barbear, apunhalados por estiletes e massacrados com barras de ferros, os dois homens são brutalizados até não aguentar mais. Durante toda a tortura, cada um dos detentos vai desferindo chutes na cabeça dos dois condenados à morte.
Quando os presos finalmente terminam de praticar sua justiça, só restam dois cadáveres ensanguentados no pátio, totalmente desfigurados, irreconhecíveis.
Decidido a fechar o massacre com chave de ouro, um dos detentos, armado com um facão surgido só Deus sabe lá de onde, decepa a cabeça de José Herreno e a faz rolar pelo pátio. Um outro detento, dominado pela adrenalina do momento, desfere um chute na cabeça, que jorrando sangue do pescoço vai parar nos pés de outro preso. E assim se inicia uma mórbida partida de futebol, onde a bola é uma cabeça humana, que vai passando de um pé para outro.
O motim só termina dez horas depois de iniciado, quando o juiz corregedor Jaime Silva Trindade, chega pessoalmente na cadeia e promete fazer a transferência exigida pelos detentos.
E a cabeça decepada do estuprador?
A cabeça? Ela estava presa na grade da guarita, trepassada de baixo pra cima, com o sangue pingando no sangue pingando no chão, fazendo uma enorme possa vermelha.
Aquilo era um recado, um aviso, uma sinistra mensagem, que, embora jamais tivesse sido escrita com letras, tinha um significado óbvio, evidente para os detentos.
Aquela cabeça assustadora, que passou horas pingando sangue dentro do Pavilhão da Delegacia Central, queria expressar uma frase, uma frase mórbida, composta por apenas quatro palavras. Quatro palavras sinistras, aterradoras e fatais que segundo os detentos, queria dizer... “ESTUPRADOR TEM QUE MORRER”.
O motim começa logo de manhã, assim que as celas são abertas para os presos tomarem o café matinal.
Armados com estiletes artesanais afiadíssimos, que podem rasgar um homem ao meio, os presos saem das celas, trocam olhares e dão o sinal. A Rebelião começou. Muita gritaria, colchões incendiados, grades arrancadas, lâmpadas destruídas, portas quase sendo estouradas a ponta pé e uma vontade de matar que não passa.
“Jack (estuprador) tem que morrer”, grita um dos líderes do motim mais exaltado. Os outros presos concordam em coro. E subitamente, a gritaria ensurdecedora dá lugar a um silêncio. Um silêncio mortal, repleto de ódio, revolta e desejo de vingança. É quando todos olham para os dois presos, Isaias e Herrero, até então trancados na cela de “seguro”, onde ficam os condenados por estupro. Mas, não existe nenhum local seguro em uma cadeia, durante uma rebelião.
Dezenas de mãos, com extrema violência e ferramentas improvisadas estouram o cadeado da cela onde os dois prisioneiros estão detidos. Ambos são arrancados pra fora tomando chutes na barriga, socos na cara e levando todos os nomes que se possa imaginar.
Arrastados até o meio do pátio, Herrero e Isaias gritam por socorro, imploram pelo amor de Deus e por todos os santos que já ouviram falar. Apelam pela ajuda dos guardas, dos próprios detentos que não participam do massacre e até das mães, que jamais irão ouvir os gritos desesperados dos filhos, sendo massacrados sem piedade. Mas a ajuda nunca virá. O mesmo terror que um dia infligiram em crianças inocentes, agora estão sentindo.
Caídos no meio do pátio, aterrorizados como os inocentes que estupraram, os dois homens sofrem todo tipo de violência possível. Espancados a pontapés, cortados com navalhas de barbear, apunhalados por estiletes e massacrados com barras de ferros, os dois homens são brutalizados até não aguentar mais. Durante toda a tortura, cada um dos detentos vai desferindo chutes na cabeça dos dois condenados à morte.
Quando os presos finalmente terminam de praticar sua justiça, só restam dois cadáveres ensanguentados no pátio, totalmente desfigurados, irreconhecíveis.
Decidido a fechar o massacre com chave de ouro, um dos detentos, armado com um facão surgido só Deus sabe lá de onde, decepa a cabeça de José Herreno e a faz rolar pelo pátio. Um outro detento, dominado pela adrenalina do momento, desfere um chute na cabeça, que jorrando sangue do pescoço vai parar nos pés de outro preso. E assim se inicia uma mórbida partida de futebol, onde a bola é uma cabeça humana, que vai passando de um pé para outro.
O motim só termina dez horas depois de iniciado, quando o juiz corregedor Jaime Silva Trindade, chega pessoalmente na cadeia e promete fazer a transferência exigida pelos detentos.
E a cabeça decepada do estuprador?
A cabeça? Ela estava presa na grade da guarita, trepassada de baixo pra cima, com o sangue pingando no sangue pingando no chão, fazendo uma enorme possa vermelha.
Aquilo era um recado, um aviso, uma sinistra mensagem, que, embora jamais tivesse sido escrita com letras, tinha um significado óbvio, evidente para os detentos.
Aquela cabeça assustadora, que passou horas pingando sangue dentro do Pavilhão da Delegacia Central, queria expressar uma frase, uma frase mórbida, composta por apenas quatro palavras. Quatro palavras sinistras, aterradoras e fatais que segundo os detentos, queria dizer... “ESTUPRADOR TEM QUE MORRER”.
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