segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ASSASSINATO EM FAMILIA

Ele matou a esposa e o sogro, a sogra morreu com o choque e ele se suicidou logo em seguida Uma briga rotineira de casal...

...terminou em quatro mortes trágicas

Existem várias histórias de crimes macabros, enterradas no Cemitério Municipal de Itu.
Algumas dessas histórias já foram esquecidas, apagadas pela passagem dos anos.
Mas, existem alguns casos, que foram tão assustadores, que nem o tempo poderá apagar. Casos sinistros, repletos de terror, mistério e morte. Histórias de pessoas comuns, que em um certo dia, tornaram se vítimas do destino. Vítimas fatais.
A história que vou contar, aconteceu aqui mesmo em Itu, há muitos anos atrás e, como praticamente todos os casos que conto... não teve final feliz.
Na verdade, o final foi trágico para todos os envolvidos.
Foi no ano de 1955. Em uma chácara aqui da cidade, morava um rapaz de 22 anos chamado João Batista de Lima Cruz. Ele era natural da Bahia e trabalhava como lavrador. Era casado com uma jovem de 20 anos, chamada Lídia de Mattos Cruz.
Talvez eu nunca vou saber se eles viviam bem ou não, mas de acordo com depoimentos de pessoas que viveram naquela época, João era um homem ciumento e várias vezes se desentendia com a esposa por este motivo.
Foi exatamente por ciúmes, que no dia 06 de janeiro de 1955 ele a matou. Na certidão de óbito de Lídia consta que ela morreu de hemorragia interna, derivada de três ferimentos penetrantes na barriga. Provavelmente três tiros ou três facadas. Não consta no papel.
Durante a briga que culminou na tragédia, o sogro, um homem de 50 anos chamado Emiliano Joaquim , tentou defender a filha. Não conseguiu. Seu crânio foi esmagado por João. Morreu vítima de comoção cerebral.
Ao ver a filha e o marido mortos de forma brutal, dona Maria Mattos, não resistiu, teve um mal súbito e morreu de colapso cardíaco.
O que se passou na cabeça de João naquele instante, ninguém nunca vai saber, mas depois de praticamente matar toda a família, ele decidiu colocar fim na própria vida.
Abriu um vidro de um veneno mortal, chamado Formicida (cyaneto de sódio) e ingeriu uma dose.
Morreu logo em seguida por envenenamento.
Todas essas informações sobre as causas das mortes estão impressas nas certidões de óbitos de cada uma das vítimas e se encontram arquivadas no cartório de registros.
De acordo com o livro de óbitos número 4, folha 27, do Cemitério Municipal, o primeiro sepultamento foi o de Lídia, o segundo do pai dela, o terceiro da mãe e o último do esposo.
Um dia o amor os uniu, o ciúmes os separou, mas na morte, foram reunidos novamente, já que todos estão enterrados lado a lado, nas sepulturas 24, 25, 26 e 27 da quadra 8 do Cemitério Municipal de Itu.


O MASSACRE DO BAIRRO SÃO LUIZ

foto meramente ilustrativa

As três mulheres foram brutalizadas em um matagal após sairem de uma festa


Um dos crimes mais bárbaros já ocorridos em Itu, que entrou para as crônicas policiais, ocorreu na noite de 14 de março de 1981.
Era um sábado, 22h30.
Depois de uma festa de casamento, no bairro São Luiz, três mulheres, Maria Aparecida, de 36 anos, Julia Abreu, de 45 anos (que estava grávida de 5 meses) e Carmem Dias, de 35, decidiram ir até um baile, não muito distante do local em que estavam.
Junto com elas, se encontrava um rapaz de 22 anos, chamado Antonio. Conhecido delas.
Os quatro caminhavam por um trio, em meio a um matagal, próximo do local onde hoje existe um Posto de Saúde.
Cerca de cem metros a frente do quarteto, Marta e Marcos, os dois filhos de Júlia, e Alfredo, um amigo da família, seguiam na mesma direção.
Em dado momento, o trio decidiu voltar, pois tinham perdido de vista as três mulheres e o homem que as acompanhava.
Os três não sabiam, mas estavam prestes a de depararem com a cena mais apavorante de suas vidas.
Ninguém ouviu os gritos. Ninguém viu nada. Ninguém contou nada.
Ao passarem pelo espesso matagal da rua Luporini Sampaio, o trio avistou os três corpos ensangüentados no meio do mato.
Maria, Júlia e Carmem, estavam semi nuas, com os corpos repletos de ferimentos e as cabeças esfaceladas por pedradas.
O mato estava vermelho. Havia sangue por todos os lados.
Utilizando o máximo de requintes de crueldade, o maníaco, havia ferido as partes intimas das mulheres, com um revólver, e massacrado suas cabeças com pedras.
Os filhos de Júlia e o amigo, entram em pânico. Ficaram em choque com a cena.
A polícia foi acionada imediatamente.
Júlia e Maria já estavam além de qualquer ajuda, mas Carmem demonstrou um fraco sinal de vida.
Foi socorrida até o hospital Nossa Senhora da Candelária, onde ficou muito tempo internada. Recuperou-se fisicamente, depois de algum tempo, mas ficou com graves seqüelas no cérebro. Morreu alguns anos depois, em conseqüência da brutalidade que sofrera. Jamais se recuperou mentalmente.
Antonio, o rapaz, que estava com as mulheres, desapareceu após o crime. Tornou-se evidentemente o principal suspeito.
Seu nome completo foi divulgado a exaustão nos jornais da época, que o acusavam de ser o assassino.
Ele nunca apareceu para explicar o que aconteceu na noite do crime.
O motivo daqueles assassinatos brutais, também nunca foram esclarecidos.
Houve muitos rumores sobre a participação de outros indivíduos no crime, mas também não se provou absolutamente nada.
A única certeza, era que três mulheres boas, encontraram a morte de uma maneira cruel, por um motivo que talvez nem elas próprias soubessem.
O inquérito policial desse crime macabro, terminou como a maioria dos outros do gênero, arquivado, prescrito, e sem solução.
Antonio jamais voltaria a aparecer e carregaria para sempre a estigma de ser o assassino, já que foi a última pessoa a ver as três mulheres com vida.
Carmem, antes de morrer, chegou a apontar um outro suspeito, figura bastante conhecida no bairro, como sendo um dos participantes no massacre, mas nada foi provado e o suspeito continuou em liberdade.
Hoje, 25 anos depois, quase todo mundo já se esqueceu desses crimes, dessas mulheres, dessas mortes. Menos as famílias das vítimas que jamais irão se conformar com essa brutalidade. Menos o próprio assassino, que onde quer que esteja neste momento, se lembra de todos os detalhes do horrendo crime que cometeu, naquela noite de sábado, de 1981.
Mais um caso que ninguém esclareceu.
Outro crime assustador... que abalou Itu.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

REPÓRTER MUNDO CÃO


As crônicas policiais ituanas estão repletas de crimes macabros.
Casos verdadeiramente aterradores.
Muitos ainda não foram solucionados.
Outros jamais serão.
Nos noticiários “normais”, dos principais meios de comunicação, as mais trágicas e violentas histórias de morte, tem seu impacto diminuído, ao serem transformadas em dados frios e impessoais, para “não chocar” a sociedade.
Se quiser fazer um bom trabalho, um repórter policial não deve ter medo de chocar a sociedade. Afinal, ela quer pagar pela notícia, para saber a mais pura verdade. Seja boa ou ruim.
Para fazer uma boa reportagem policial é preciso viver a notícia. Senti-la pulsando no sangue.
O que os outros apenas ficam sabendo, ouvem falar, ou vêem através de fotos, ou TV, o repórter policial tem que ver e ouvir ao vivo, em cores e não em preto e branco. Não em tons de cinza.
Não é um trabalho fácil. Na verdade às vezes chega a ser repugnante, sinistro aterrador e é claro... perigoso.
Fotografar pessoas mortas das formas mais bizarras, conversar com assassinos (às vezes na própria cena do crime), saltar da cama altas horas da madrugada para atender uma ocorrência policial, e ficar de plantão 24 horas por dia, sete dias por semana, sem feriados, é rotina, coisa normal para um repórter policial que precisa dar a notícia para seus leitores.
Um repórter policial não pode se prender e nem depender de boletins de ocorrência, como se fosse uma muleta. Tem que ver a coisa acontecer. Estar lá na ocorrência.
Para fazer um trabalho limpo e profissional, sem cometer injustiças é necessário checar a exaustão todas as informações, ouvir todas as vitimas, testemunhas e até mesmo os responsáveis pelo crime, quando querem falar, é claro.
Isso sem mencionar, que é fundamental para um repórter policial ter conhecimento de causa, ou seja, sempre saber o que está falando.
Em minhas reportagens, sempre revelo a dimensão humana da tragédia, sem exageros, sem frescuras e é claro, sem injustiças.
Esse é meu estilo “mundo cão”, de contar uma história.
Ao invés de fornecer dados frios e impessoais, coloco meu leitor na cena do crime.
É exatamente assim que tem de ser. Quem paga pela notícia, quer a verdade. Não quer ser poupado dos detalhes macabros da história, caso contrário não compraria a publicação.
Esse é o nosso, o meu papel.
O papel de um repórter mundo cão.

Seja bem-vindo ao mundo dos crimes macabros, onde seus piores pesadelos... são reais!!!

Reginaldo Carlota

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O MANÍACO DA TESOURA

Enquanto estuprava, ele gostava de retalhar suas vítimas com uma tesoura, uma chave de fenda e um alicate
 
Um dos crimes que mais aterrorizou as mulheres de Itu no final dos anos oitenta, não aconteceu nesta cidade. Mas, foi perto, em Cabreúva, cidade vizinha.
Já se passaram 26 anos, mas muitas pessoas ainda não se esqueceram daquele homem. E muito menos do que ele fez.
Uma tesoura, uma chave de fenda e um alicate. Nas mãos de uma pessoa comum, esses utensílios seriam apenas ferramentas de trabalho. Mas, nas mãos de Dionísio Moraes de Araújo, esses instrumentos transformavam-se em um mortífero arsenal, usado para torturar, mutilar e estuprar.
Foi em uma fria manhã do dia 8 de junho de 1989, que aconteceu o primeiro crime.
Uma mulher de 25 anos passava por uma rua ainda deserta de Cabreúva, indo em direção ao trabalho, quando foi abordada por um elemento desconhecido.
O individuo tinha um olhar sinistro que expressava pura maldade. Nas mãos, trazia uma tesoura e uma chave de fenda. Ameaçando retalhá-la ali mesmo, caso gritasse ou não fizesse o que ele mandasse, o maníaco obrigou a mulher a entrar com ele em um matagal das imediações.
Implorando para não ser morta, a mulher obedeceu. No matagal, ele mandou ela tirar as roupas, deixando evidente que pretendia violentá-la.
Para terror da vítima, um alicate surgiu nas mãos do maníaco, aumentando ainda mais seu bizarro arsenal.
Dominado por um desejo sádico e doentio, o psicopata passou a estuprar a mulher indefesa das mais variadas formas. Em dado momento, desferiu uma tesourada nas costas dela. Depois outra, que foi seguida por uma perfuração de chave de fenda. A dor deixava o maníaco cada vez mais excitado e foi por isso, que ele arrancou vários pedaços da carne da mulher com um alicate.
A tortura parecia não ter fim. Ela implorava por socorro enquanto era estuprada e mutilada pelo demente.
Quando finalmente chegou ao clímax de seu prazer doentio, o maníaco abandonou a mulher toda ensanguentada com o corpo mutilado no meio do mato e foi embora.
Apesar do deplorável estado físico e emocional, a mulher sobreviveu, graças aos caprichos do próprio maníaco, que gostava de abandonar as vítimas aterrorizadas após seu ataque.
O crime horrendo abalou a cidade de Cabreúva e a cidade de Itu, afinal, o maníaco poderia ser de qualquer lugar das proximidades.
O delegado daquela cidade, Doutor Antônio Góes Filho, reuniu sua equipe da Policia Civil e passou a investigar o caso. Prender o criminoso era a prioridade da polícia.
Três semanas depois do bárbaro crime, o maníaco voltou a atacar.
Era dia 29 de junho.
Naquele dia, uma moça de 21 anos foi encontrada ensanguentada em um matagal com várias mutilações no corpo. Havia sido estuprada e torturada pelo maníaco, que já estava sendo chamado de “A Besta de Cabreúva”.
O delegado Góes intensificou as investigações junto com sua equipe, e depois de muito procurar o suspeito pela cidade, decidiu vasculhar as chácaras nos arredores de Cabreúva.
Foi em uma delas, a chácara Bougaville, que os investigadores e o delegado avistaram um elemento que batia com a descrição do suspeito procurado.
Assim que se aproximaram do individuo para uma averiguação, ele ficou apreensivo, visivelmente nervoso e, antes que pudesse ser interrogado, saiu em disparada, em direção a um matagal existente nas proximidades.
Os policiais conversaram com a mulher do suspeito e conseguiram uma foto dele, que posteriormente foi apresentada para as duas vítimas. Foi reconhecido imediatamente.
O maníaco Dionísio Moraes de Araújo tinha 30 anos, era amasiado e pai de uma criança de quatro. Trabalhava como caseiro naquela chácara.
Aparentemente era uma pessoa normal. Mas só aparentemente.
Algum tempo depois, a polícia voltou para a chácara e soube que o maníaco também havia retornado.
Sabendo que não poderiam invadir a casa sem um mandado, o delegado Góes veio imediatamente até Itu, e conseguiu um mandado de prisão com o juiz Doutor Antônio Rigolim.
Assim que chegou em Cabreúva, Góes e os policiais arrombaram a porta da casa e prenderam o homem que estava aterrorizando as mulheres daquela cidade.
Após ter sido reconhecido novamente pelas vítimas, agora na delegacia, Dionísio confessou friamente seus crimes e ainda contou que premeditava seus estupros. Ele sabia toda a rotina de suas vítimas.
Ao levantar os antecedentes do maníaco, a polícia descobriu que ele já havia cumprido pena na cidade de Lúbia, por ter praticado o mesmo tipo de crime. Mas, isso não era tudo, Dionísio também era procurado pela policia das cidades de Lucélia e Oswaldo Cruz, onde havia estuprado e mutilado outras mulheres.
A Besta de Cabreúva foi presa em flagrante e como estava sendo acusado de vários crimes, pegou muitos anos de prisão.
Isso foi há 26 anos.
Hoje, se não estiver morto, Dionísio está com 56 anos de idade.
Talvez esteja preso em alguma penitenciária do Estado. Ou quem sabe já esteja solto, vivendo tranquilamente em alguma cidadezinha do interior e andando por aí, com sua chave de fenda, seu alicate e é claro... sua tesoura.
 

 

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

CAÇADA IMPLACÁVEL

Fortemente armados os policiais estavam determinados a capturar os criminosos, vivos... ou mortos
Faltavam poucos dias para o Natal de 1983.
Era uma madrugada qualquer da segunda semana de dezembro.
Dois caminhões carregados com toneladas de quilos de feijão transitavam pela Rodovia Marechal Rondon, sentido Jundiaí.
Havia acabado de passar da meia noite, quando um dos pneus de um dos caminhões estourou na altura da fazenda Cruz Alta.
O motorista parou para fazer a troca.
Seu companheiro, que estava no caminhão da frente, também parou para prestar auxilio.
Os dois homens estavam terminando a troca de pneu quando um Del Rey se aproximou.
O carro parou ao lado deles.
Quatro homens desceram. Todos armados.
Os dois caminhoneiros foram rendidos, junto com um ajudante que estava em um dos caminhões.
Os quatro homens, que se revelaram ladrões de carga, obrigaram os três trabalhadores a entrar no porta-malas do Del Rey, e os trancaram lá dentro.
Logo em seguida, tomaram posse dos dois caminhões e desapareceram, deixando o Del Rey com os homens trancados naquele local.
Depois de duas horas de sufoco e muita apreensão, as três vítimas conseguiram estourar o porta malas do carro com o pé e se libertaram.
Na pista, pediram carona e foram parar no plantão da Delegacia Central.
Imediatamente, os PMs Zacarias, Roberto, Leonel e Luiz Carlos, colocaram um dos motoristas na viatura e saíram na caçada aos assaltantes.
Patrulharam por um longo período pelas imediações onde o crime ocorreu, mas não encontram nem sinal dos ladrões.
Haviam desaparecido.
Os PMs já estavam dando por encerradas as buscas e estavam longe do local, quando receberam uma informação via rádio, de que próximo da Cruz Alta havia quatro suspeitos em um Fusca e uma Brasília.
Acreditando se tratar dos mesmos ladrões, que por algum motivo teriam retornado ao local do crime, os quatro PMs voltaram até a região da fazenda Cruz Alta.
No local, deram de cara com os dois veículos.
Havia quatro policiais e quatro suspeitos.
Todos estavam armados.
Prontos para matar.
Ou para morrer.
Os suspeitos sacaram primeiro.
Estavam munidos de revolveres calibre 38 e uma cartucheira.
Eram eles: Benedito, de 20 anos, sem residência fixa. José Antonio, de 22 anos, residente em Jundiaí, João de Jesus, de 28 anos, residente em Campo Limpo Paulista e Reginaldo , de 24 anos, também residente em Jundiaí.
Ao serem recebidos a tiros, os PMs revidaram.
Cada suspeito procurou uma trincheira, uma árvore, ou um lugar apropriado para se esconder durante o tiroteio.
A troca de tiros só durou alguns minutos, mas para quem estava no fogo cruzado pareceu uma eternidade.
Em um dado momento, João de Jesus cometeu um erro fatal.
Saiu de seu esconderijo para tentar achar uma posição melhor. Se encontrasse, talvez com muita sorte poderia matar um ou dois PMs.
Ele nunca conseguiu.
Não estava com sorte.
Ao sair de seu esconderijo, tornou-se um alvo fácil para os policiais.
Ele estava com um revólver engatilhado na mão direito.
Não teve tempo de atirar.
Levou um balaço no peito.
Cortesia de um dos PMs.
O tiro abriu um buraco em seu peito, estourando órgãos internos.
Caiu de costas no chão, com sangue saindo pela boca e peito.
Para João, o mundo havia acabado naquele instante.
Vendo o comparsa morto, os outros três suspeitos entram em pânico.
As histórias de que a Policia matava implacavelmente “quem levantasse a mão pra eles”, passou a povoar a mente dos bandidos.
Não queriam morrer.
Desesperados, se embrenharam na mata tentando uma fuga alucinada.
Mais quatro PMs, Giacomelli, Savassa, Tempesta e Domingues, chegaram no local e entraram na caçada.
Armados até os dentes, os oito policiais adentraram o matagal e vasculharam cada centímetro, até encontrar os três fugitivos.
Renderam o trio no meio do mato.
Os três estavam apavorados. Sozinhos em um matagal durante a madrugada, com oito PMs fortemente armados.
Sem testemunhas.
Sem ninguém para contar história.
Poderiam ser “zerados” ali mesmo se os policiais quisessem.
Mas, o pânico foi desnecessário.
Ao contrário da ROTA de São Paulo, que naquele época “matava primeiro e perguntava depois”, os PMs de Itu, se mostraram extremamente profissionais e controlados.
Capturam os três criminosos vivos, e os entregaram na Delegacia Central, sem nenhum ferimento.
Diante do delegado Alcides Geronutti, os criminosos contaram que haviam roubado o Fusca e a Brasília em Jundiaí, e estavam se preparando para “depená-los”, quando trombaram com os policiais.
Os quatro bandidos que haviam roubado os caminhões, não seriam presos naquela ocasião.
Já o outro quarteto, que por estar no local errado, na hora errada, não teve a mesma sorte.
Três ladrões passaram o Natal na cadeia. O quarto ladrão teve destino pior. Passou o Natal de 1983, onde ninguém gostaria de passar...
Na sepultura.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O ASSASSINATO DA LOIRA DESCONHECIDA

A linda loira teve os braços e os seios queimados por cigarro e foi morta com seis tiros fatais Retrato falado da Loira Desconhecida

Epitáfio na sepultura da loira:

"AQUI JAZ NA PAZ DO SENHOR LOIRA DESCONHECIDA"

SEPULTURA DA LOIRA DESCONHECIDA NO CEMITÉRIO MUNICIPAL DE ITU

Depois de ser morta brutalmente, ela ganhou fama de santa e foi transformada em lenda urbana

Nas primeiras horas da manhã da quarta-feira de 19 de abril de 1972, um garoto se deparou com uma cena aterradora, quando caminhava a pé, pela estrada Itu-Jundiaí (Rodovia Marechal Rondon). Bem próximo da fazenda Pedra Azul, cerca de vinte metros do asfalto, o garoto viu um cadáver de aspecto assustador estirado no chão. Era uma mulher branca de cabelos loiros. Estava nua, com o corpo crivado de balas.

Muito assustado, o garoto procurou um orelhão e tratou de comunicar o fato imediatamente à polícia.Não demorou muito para que os investigadores Dimas, Cruz, e os escrivães Avelino e Akira chegassem ao local, junto com o delegado doutor Mário leite Barros e outros policiais. Vistoriando a cena do crime, os policiais encontraram algumas cápsulas deflagradas, de cartuchos de um revólver calibre 32.

Apesar dos ferimentos de bala, o corpo estava limpo, como tivesse sido lavado. Apresentava várias escoriações e muitos hematomas, deixando claro que havia sido arrastada até o local onde fora encontrada.

O corpo foi removido para o Necrotério Municipal, na época localizado no próprio Cemitério de Itu, onde o legista procedeu autópsia.
O médico responsável expediu o seguinte laudo quando terminou:“ANEMIA PROFUNDA, CAUSADA POR HEMORRAGIA. HOMICIDIO PROVOCADO POR SEIS PERFURAÇÕES DE ARMA DE FOGO”.

Ainda de acordo com o médico, foi constatado várias queimaduras de cigarros, nos braços da mulher , além dos hematomas no corpo, o que indicava que vítima teria sido torturada antes de morrer.
Fato intrigante, é que embora a vítima fosse uma mulher muito bonita e tivesse sido encontrado nua, não havia indício algum de que sofrera qualquer tipo de violência sexual, o que de imediato descartava a hipótese de estupro seguido de homicídio.
O delegado da época, Mário Leite de Barros concluiu que a mulher havia sido morta em outro lugar e posteriormente “desovada” naquele local. As cápsulas de balas no local, estariam lá apenas para disfarçar, uma tentativa do assassino, de querer confundir a polícia. Ainda de acordo com o delegado, aquele assassinato tinha todas as características de crime passional, ou seja, cometido sobre forte emoção.

Naquele momento, o maior problema da polícia não era apenas descobrir o autor do crime. Era identificar a vítima.
A loira não era só linda. Era perfeita. Tinha as mãos, os pés e os cabelos muito bem tratados. Alta e dona de um corpo escultural, aparentava 32 anos de idade, mas poderia ter menos. Mesmo morta, era difícil não notar que a loira era uma mulher muito sexy.

A primeira impressão que tiveram sobre ela, é que fosse uma modelo ou atriz de São Paulo.
Talvez até de outra cidade da região, ou de alguma distante. Mas não de Itu, pois ninguém a conhecia. Centenas de pessoas compareceram no funeral, quando a notícia do bárbaro crime se espalhou. Centenas de pessoas a viram no caixão. Ninguém a reconheceu ou se lembrou de já tê-la visto alguma vez. A polícia estava totalmente no escuro em relação ao caso da loira desconhecida. Não havia uma única pista, prova, ou qualquer evidência que ajudasse na elucidação do caso. A única certeza, é que não havia certeza de absolutamente nada.
Ninguém sabia quem era o assassino e muito menos a vítima.
SEPULTURA SEM NOME
As notícias sobre o brutal assassinato da loira transformaram-se nas principais manchetes dos jornais da região, nos dias seguintes ao crime, e acabou repercutindo até na Capital, tamanho mistério e brutalidade envolvendo o caso.
A população ituana estava aterrorizada com o crime macabro que havia abalado Itu, até então tido como pacata cidade do interior paulista. Não que outros crimes brutais não houvessem ocorrido antes na cidade, mas não era comum algo tão hediondo ocorrer daquela maneira e ficar sem uma explicação. Em crimes ocorridos no passado, tanto a vítima quanto o assassino eram conhecidos. Mesmo que não justificasse, sempre havia um motivo, algo que explicasse o porque do crime.
Mas no caso da loira era diferente. Ninguém sabia o motivo. Ninguém sabia quem era o autor. E o fato de que nem mesmo a vítima fora identificada, estava aterrorizando a população. Um perigoso assassino de mulheres, com todas as características de um serial killer poderia estar a solto na região. E ninguém sequer imaginava quem ele era.
Não havia suspeitos, ele poderia ser qualquer um.Talvez, naquele momento, já poderia estar muito longe, ou pior, muito mais próximo do que qualquer um poderia imaginar. Não havia como saber. Só restava esperar que a polícia o prendesse para finalmente esclarecer o mistério.
Mas a polícia, tinha seus próprios problemas.
Apesar do intenso trabalho de investigação que estavam fazendo para solucionar o caso, os policiais ituanos não conseguiam sair do escuro. Não tinham absolutamente nada. Sabiam tanto quanto qualquer um que tivesse lido os jornais.
A morta não portava nenhum documento que pudesse fornecer uma pista de sua identidade. Se soubessem quem era a vítima, a chance de encontrar o assassino se multiplicaria. Mas não sabiam.
O fato de nenhum parente ou conhecido aparecer para uma possível identificação da vítima, também causava estranheza, já que o caso já era notícia em todo o Estado. Quatro dias depois de ser encontrada naquela situação tenebrosa, a mulher acabou sendo enterrada na sepultura de número 328, da quadra Paz Celestial, do Cemitério Municipal de Itu, onde na ausência de seu nome verdadeiro, tempos depois colocaram uma placa de bronze com o epitáfio: “AQUI JAZ NA PAZ DO SENHOR LOIRA DESCONHECIDA”.


LOIRA DESCONHECIDA VIRA SANTA
Com o passar dos anos, a loira ganhou fama de santa, pois de acordo com muitas pessoas ela passou a realizar milagres para quem pedisse preces em sua sepultura.
Muitas dessas pessoas, entre elas uma bondosa senhora chamada Dona Malvina, que inclusive foi a pessoa que doou um lindo vestido de noiva, com o qual a loira foi enterrada, passaram a cuidar da sepultura da loira, gratos pelas preces que ela teria atendido.

LENDA URBANA
A loira misteriosa não ganhou apenas fama de santa. Ganhou fama de se transformar em um fantasma sinistro e aterrador.
Um ano após sua morte, surgiram diversos rumores de que ela estava aparecendo nos banheiros das escolas locais, vestida de noiva, do jeito que foi enterrada, e apavorando as crianças dos colégios.
O caso acabou se transformando em histeria coletiva, já que todas as crianças se recusavam a ir para as escolas, morrendo de medo de se deparar com a loira fantasma.
Pelo menos em Itu, a lenda urbana da LOIRA DO BANHEIRO (inventada na década de 1960 por um repórter do extinto jornal Notícias Populares) começou após o brutal assassinato da loira desconhecida.Também surgiram relatos que durante a madrugada ela aparecia sentada em cima de uma pedra, no local onde seu corpo foi encontrado. Este local, que era uma parada de caminhoneiros, acabou ganhando fama de mal assombrado, e nunca mais um caminhoneiro ousou parar ali. Por nunca ser identificada e o caso não ser esclarecido, os policiais da época passaram a chamar o crime de O CASO DA LOIRA SINISTRA.


O último dia de um policial militar

Faltavam poucos minutos para as 15 horas, quando a viatura dos policiais militares, Jonas e Gusmão, avistaram dois elementos em atitudes suspeitas, em uma das ruas do Jardim Aeroporto.
Era dia 7 de fevereiro, de 1984.
Ao perceberem que seriam abordados pelos policiais, para uma averiguação de rotina, os dois rapazes saíram em disparada.
Fugiram em desespero, dando a entender que estavam escondendo alguma coisa.
Um deles adentrou um espesso matagal do bairro, e desapareceu logo em seguida.
O outro, identificado como Antonio Carlos, um jovem de 23 anos, já conhecido nos meios policiais, invadiu o quintal de uma residência, pulando pelo portão.
Decididos a capturar o suspeito, os dois policiais se dividiram. Jonas ficou cercando a frente da casa, enquanto seu parceiro Gusmão, foi pelos fundos, para tentar impedir a fuga.
Nesse meio tempo, a correria nas ruas atraiu a atenção de alguns populares.
Barbosa, um PM residente nas imediações, que naquele dia estava de folga, ao perceber a movimentação e se inteirar sobre os fatos, pegou sua arma e saiu em apoio aos companheiros.
De repente, vários tiros foram disparados no quintal da residência invadida.
Depois, veio o silêncio total. A expectativa.
Sem o menor aviso, de acordo com as testemunhas que presenciaram o fato na época, Antonio surgiu com seu revólver na mão, efetuando vários disparos contra os dois policiais que se encontravam na frente da casa.
Os dois PMs revidaram a altura.
De forma precisa, certeira e fulminante, Jonas e Barbosa acertaram o atirador, que tombou sem vida ali mesmo.
Imediatamente adentraram a residência à procura do amigo. Já era tarde demais.
O policial Gusmão, dono de uma ficha exemplar, bastante conhecido na cidade por sua educação, coragem e determinação, havia sido atingido por um tiro nas costas.
Mesmo sendo socorrido rapidamente até o hospital, já chegou morto.
Tão morto quanto seu próprio assassino, que não viveu mais de 5 minutos, após o crime.
Uma hora depois, sob o comando do tenente Ben-Hur, cerca de 50 policiais realizaram uma verdadeira caçada na cidade, a procura do segundo elemento envolvido na perseguição. Ele não foi encontrado.
Gusmão foi sepultado no dia seguinte a sua morte. Inúmeras pessoas lamentaram a perda.
Em um dos períodos mais violentos que a cidade de Itu atravessava, um dos melhores policiais perdia a vida. Era o preço a se pagar, para quem um dia jurou servir e proteger a qualquer custo. Um preço alto. Alto demais.
Duas semanas depois, um criminoso de alta periculosidade, procurado em todo o Estado de São Paulo, roubou um Del Rey em Sorocaba, trocou tiros naquela cidade e acabou chegando em Itu.
Na Rodovia do Açúcar, foi perseguido pelo Tático Móvel, dos policiais militares Giacomelli, Savassa, Domingues e Tempesta.
O nome do elemento era Alcidir Carlos Desidera. Seu maior erro naquele dia, não foi efetuar o roubo em Sorocaba.
Não, seu maior erro, um erro fatal, foi ter atirado nos policiais do tático.
Uma dos tiros que Desidera disparou, passou a 10 centímetros da cabeça de um dos PMs e atravessou o banco da viatura. Foi a gota d´agua.
O último erro que Desidera cometeu na vida.
Os policiais revidaram com vários disparos.
Uma das balas estourou a cabeça do criminoso. O Del Rey se perdeu e caiu em um abismo de 50 metros de altura. Desidera só saiu de lá em um saco plástico, horas depois.
Naquele trágico mês de fevereiro de 1984, a PM matou dois e perdeu um.
Dois pra policia, um para os criminosos.
Aquela batalha estava terminada.
Mas, a guerra... estava só começando.

O ASSASSINATO DE ALMEIDA JÚNIOR

O FAMOSO PINTOR ALMEIDA JÚNIOR
E SEU QUADRO "SAUDADE"

Existem inúmeras versões sobre o assassinato do famoso pintor Almeida júnior.
O assunto é polêmico, controverso.
Ao narrar esta história, não tenho pretensão alguma de bancar o historiador, e com isso acrescentar ou tirar algum detalhe desse crime polêmico, que não só abalou Itu, mas todo o Brasil.
Para mim, tanto o aspecto do assassino quanto o da vítima não tem a menor importância. Nunca teve.
Retirei a maior parte das informações deste caso, do livro “Almeida Júnior através dos tempos”, do escritor Jorge Luiz Antonio, e de vários outros documentos, baseados nos jornais da época.
José Ferraz de Almeida Júnior, nasceu em Itu, no dia 8 de maio de 1850. No dia 20 do mesmo mês e ano, foi batizado na igreja da Matriz.
Desde a infância demonstrou talento impressionante para a pintura.
Já adulto, durante uma exposição, Dom Pedro 1º ficou espantado com a genialidade do rapaz, e decidiu lhe dar uma bolsa de estudos, para cursar pintura em Paris.
Quando retornou, Almeida Júnior já era um dos melhores pintores da época.
Ficou rico e famoso.
Almeida Júnior tinha um casal muito intimo de amigos, eram eles José de Almeida Sampaio (parente do pintor, segundo afirmações vagas) e Maria Laura do Amaral Sampaio.
Eram tão íntimos, que Almeida Sampaio se hospedava na casa do pintor até mesmo quando ele não estava lá. O casal residia em Rio das Pedras, na fazenda Boa Esperança, próximo de Piracicaba.
Não se sabe ao certo quando o pintor conheceu Maria Laura, jovem muito atraente. Mas, sabe-se que o pintor mantinha um caso com ela, mesmo sabendo que esta era esposa de seu amigo intimo.
Sampaio, homem simples, de pouca cultura, era bem mais jovem que o pintor rico e bem sucedido.
Historiadores arriscam dizer que na década de 1890, quando toda a história se desenrolou, Sampaio já estava falido, e recebia suporte financeiro do famoso pintor, que se aproveitando da situação, passou a manter relações intimas com Maria Laura.
De acordo com a história, em 1899, Sampaio teria ficado sabendo que sua esposa fora visto entrando sozinha no atelier de Almeida Júnior, na rua da Glória em São Paulo, onde ele também residia, quando não estava viajando.
Em 10 de novembro de 1899, Almeida Júnior esteve em Piracicaba e conversou com Sampaio, dizendo pra ele que iria para São Pedro e voltaria a Piracicaba no dia 13 de novembro.
Meio desconfiado, Sampaio não acreditou muito na história. Achou que havia algo errado.
Como tinha livre acesso a casa do pintor, aproveitou a ausência dele e foi até São Paulo. Revirando o atelier, teve uma drástica surpresa ao encontrar várias cartas intimas, todas com confissões pessoais, endereçadas ao pintor. Eram escritas carinhosamente por Maria Laura, sua esposa. Descobriu através de um bilhete que sua mulher estava se encontrando com o pintor em João Alfredo, nas imediações de sua fazenda.
Os dois eram amantes. E, há bastante tempo.
A descoberta deixou Sampaio perplexo. Ficou possesso, queria morrer. Não se conformava com tamanha traição, das duas partes, do amigo intimo e da esposa fiel.
Na rua, disse para conhecidos que queria morrer.
Dois dias depois, Sampaio entrou no escritório do ex-presidente da República, o advogado dr. Prudente de Moraes Barros, e mostrou as cartas comprometedoras, pedindo a separação legal.
Mas, antes que qualquer coisa se resolvesse, Sampaio tomou outra decisão. Iria lavar sua honra com sangue. Não poderia suportar viver com o fato de que fora traído por sua esposa e pelo melhor amigo.
Não, Sampaio queria vingança. Queria sangue. O sangue de Almeida Junior.
Ele sabia quando e onde o pintor iria chegar.
Na tarde do dia 13 de Novembro de 1899, Sampaio se armou com uma faca afiadíssima e foi esperar a chegada do amigo, na porta do Hotel Central, em Piracicaba.
Pelo fato de que aqueles eram os últimos dias do século, havia uma grande histeria dominando a população, que acreditava que o mundo iria acabar, como sempre acontece nas viradas de século.
Naquele dia, alguém teria dito ao pintor que o mundo acabaria.
Já eram mais de 14 horas, quando a luxuosa carruagem estacionou na frente do hotel.
Tarde ensolarada. Rua cheia de pessoas circulando por todos os lados.
Maria Laura desceu da carruagem com seus cinco filhos, acompanhada por sua cunhada, Ana Blondina.
Laura estava com 28 anos de idade.
Sampaio observava a cena do outro lado da rua. Ele estava com 37 anos.
Almeida Júnior foi o último a sair da carruagem. Trazia uma cesta em cada mão. Estava com 49 anos.
Sem o menor aviso, Sampaio partiu pra cima do pintor. Empurrou-o com violência contra a parede e disse: “Você não foi a São Pedro! Você foi a João Alfredo!” A faca afiada guardada no colete surgiu em suas mãos.
O acerto de contas havia chegado. Era o momento da vingança.
Para Sampaio era a hora de matar. Para Almeida Júnior era a hora de morrer.
Antes que pudesse reagir, o pintor levou uma facada na clavícula esquerda.
A faca atingiu uma artéria, no local chamado sangrado, bem próximo do pescoço.
O sangue do pintor esguichou.
Cambaleando, o artista tentou reagir, sacando sua faca. Mas não adiantou. Estava fraco demais. Perdia sangue demais.
O golpe havia sido preciso, fulminante, mortal.
“Não, você não pode me matar. Você roubou a minha honra, mas não vai roubar minha vida”, gritou o assassino, enquanto o amigo tombava com o pescoço esguichando sangue.
“Estou morto, mas que homem ingrato!”, disse Almeida Júnior agonizando.
Foram suas últimas palavras. Morreu logo em seguida a caminho da Santa Casa.
Após o crime, Sampaio caminhou para o interior do hotel, onde foi preso.
Não ficou muito tempo na cadeia.
No dia 29 de dezembro daquele mesmo ano, Sampaio foi absolvido por unanimidade no tribunal. A defesa alegou que a honra do réu havia sido ultrajada. O júri concordou.
Maria Laura rompeu com o marido e foi viver em Indaiatuba, onde possuía familiares. O divorcio saiu em 1902, e ela morreu onze anos depois, em 1913.
Sampaio, depois de sair livre, liquidou seus negócios em sua cidade e veio viver em Itu, em uma fazenda. Casou –se com uma italiana, com quem teve um filho, e morreu em 1930.
Almeida Júnior, considerado até hoje pela crítica, o poeta da pintura nacional, está sepultado em um mausoléu da rua 1, quadra 23, no Cemitério da Saudade, em Piracicaba.
Existem inúmeros rumores, que dois dos quadros mais famosos pintados pelo artista, seriam premonitórios, ou seja, uma visão do futuro. Essas duas obras são os quadros “Saudade” e “Recado difícil”.
No primeiro quadro, uma mulher aparece lendo uma carta, ou observando um retrato, com visível saudade. Dizem que o artista teria retratado ali, uma de suas amadas sentindo falta dele, após sua morte.
Na segunda obra, um garoto visivelmente abalado não sabe como dar uma trágica noticia para uma pessoa, que está atrás de uma porta. Segundo rumores, neste quadro, a notícia difícil que o garoto precisava dar era a notícia da própria morte do pintor, para uma amada.
Eu jamais poderia responder se Almeida Junior previu ou não sua própria morte.
Tudo o que sei, é que pelo menos para o famoso pintor, naquela virada de século...o mundo realmente acabou.

O HOMEM QUE MATAVA CÃES NO NOVO ITU
Em 1988, um crime cruel, praticado com extrema covardia, revoltou os moradores do bairro Novo Itu.
Em uma das ruas daquele bairro, morava um homem chamado José.
De acordo com o depoimento que os vizinhos iriam dar nos dias seguintes ao crime, José nunca gostou de animais. De nenhum deles.
Talvez, para impressionar os moradores locais, ou simplesmente por pura covardia, José frequentemente trucidava filhotes de gatos recém nascidos, na frente das crianças do bairro. Ele gostava disso, parecia sentir um certo prazer diabólico em seus atos sádicos e perversos.
Agindo como um verdadeiro maníaco, no dia 6 de janeiro daquele ano, seus atos chegaram ao extremo.
Naquela manhã, José, em uma atitude surpreendente, cortou um frango em vários pedaços pequenos e saiu pelas ruas, do Novo Itu, alimentando todos os cães que encontrava pelo caminho, com a carne envenenada.
Algumas pessoas até estranharam aquela atitude, já que José era famoso pela crueldade que costuma praticar contra os animais.
Um vira-lata, com poucos meses de vida, saiu satisfeito com um pedaço de carne na boca. Mais pra frente, dois cães também foram alimentados.
José perambulou por várias ruas do Novo Itu, com um saco plástico cheio de carne nas mãos. Após terminar sua “missão”, voltou para casa tranquilamente.
Seu trabalho estava feito. Agora só restava esperar. Esperar para ver o resultado macabro de seu trabalho assassino.
Na rua, um garoto viu um cãozinho malhado com o qual estava acostumado a brincar, andando meio trêmulo. O animalzinho começou a vomitar, e olhou para o menino com os olhos tristes, como se estivesse suplicando por ajuda. Até mesmo uma inocente criança conhece a morte quando ela se aproxima. O cãozinho caiu, começou a tremer cada vez mais, e antes que pudesse ser socorrido, estava morto.
Em outras ruas, em outras casas, a cena se repetia. Cães de todas as raças, começavam a passar mal, agonizavam de dor, vomitavam sangue e morriam logo depois. Alguns cães que viviam pela rua, praticamente rastejavam o máximo que podiam e iam morrer na porta das pessoas que os conhecia e lhes alimentava, como se fosse uma despedida. Outros morriam solitários, nas calçadas, no meio do mato e até no meio do lixo.
No final da tarde daquele dia, nove cães, sendo que vários deles tinham donos, estavam mortos pelas ruas do bairro.
A notícia foi se espalhando, as pessoas se reuniram, e ao colocarem todos os animais próximos, formou-se uma pilha assustadora de cães, todos mortos.
Alguém comentou que viu José alimentando os animais com carne, durante a manhã.
Antes que um veterinário desse o laudo, todos já sabiam a resposta: a carne estava envenenada.
No dia seguinte, mais cadáveres de cães estavam espalhados pelas calçadas e ruas do bairro Novo Itu. A matança não parou por ali, outros cães agonizaram por dias, e inevitavelmente, acabaram mortos pelo envenenamento.
Revoltados, os donos dos animais e várias testemunhas procuraram a polícia. Um inquérito policial foi aberto contra José, sendo que ele também seria processado pela sociedade protetora dos animais.
Mas, como o crime ocorreu no Brasil, onde as leis nunca deixaram de ser piadas de mal gosto, José jamais foi preso pela matança assustadora de cães que promoveu naquele 6 de janeiro de 1988.
Enquanto dezenas de crianças choravam e adoeciam pelos seus cãezinhos que nunca mais iriam voltar, José andava livremente por aí, observando outros cães, e provavelmente pensando em quem seria a próxima vítima.
Ninguém sabe quantos cães mais ele matou daquele dia em diante!
Talvez esteja matando até hoje!
Quem é que sabe?

O PADRASTO ASSASSINO

A vítima, um garoto de apenas 14 anos

Casa onde o crime ocorreu



A arma do crime


O assassino


Edílson de Freitas Rodrigues, tinha apenas 16 anos. Era um garoto muito querido e bem relacionado no bairro Portal do Éden, onde morava.
Gostava de estudar, tinha muitos amigos, não dava problemas em casa e até fazia alguns bicos para ajudar à mãe nas despesas domésticas.
Na madrugada do último sábado ( janeiro de 2006) esse menino foi assassinado, de forma violenta, covarde e traiçoeira, pelo homem que ajudou a criá-lo desde os 5 anos de idade.
O autor do assassinato: o próprio padrasto de Edílson, um homem que o menino o chamava carinhosamente de “pai”.
Na madrugada do último sábado teve início uma discussão na casa número 159, da rua Inácio Silveira de Moraes, no bairro Portal do Éden. A dona de casa, Arlete Freitas Rodrigues, de 34 anos, amásia de Antonio Nelson Cabral da Silva, vulgo “Cabral”, de 44 anos, disse para que ele fosse embora de casa, pois não queria mais continuar vivendo com ele. Já estavam juntos há 11 anos.
Além do casal, estavam na casa, Edílson, filho de Arlete, de um relacionamento anterior, e mais duas crianças, um menino de 3 anos e uma menina de 8, ambos filhos de Cabral com Arlete.
Antonio ouviu por alguns instantes Arlete falando que queria a separação, mas continuou calado. Não disse absolutamente nada. Arlete e as crianças foram dormir. A conversa parecia ter se encerrado ali mesmo.
Mas depois que as luzes de apagaram... teve início o terror.
Crime com requintes de crueldade
Eram quase 2 horas da manhã quando Arlete acordou em pânico, ouvindo os gritos apavorados do menino Edílson, que dormia no quarto ao lado.
Foi correndo em seu auxilio, mas no caminho, topou com Cabral. Ele estava todo sujo de sangue. Arlete partiu pra cima de Cabral, que o espancou violentamente.
Percebendo que a mulher não desistiria de passar por ele para ver o filho, Cabral, no extremo de sua covardia, pegou a própria filha de 8 anos como refém e ficou segurando a menina pelo pescoço, ameaçadoramente: “Se você pedir ajuda, vou machucar a menina. Edílson está bem, eu só quebrei o nariz dele”, falava o maníaco.
Mantendo a menina em seu poder, Cabral foi conduzindo Arlete até a cozinha. Durante uma hora, Arlete foi torturada pelo maníaco, que exigia que ela o beijasse se quisesse ver o menino no outro quarto. Ela se recusava, e era ameaçada junto com a filha pelo maníaco. Cabral entrou no quarto, após uma hora de tortura, e constatou que o menino aparentemente já estava morto.
Apavorada, a menina de 8 anos, saiu correndo sozinha pela madrugada, em busca de ajuda. Chegou na casa da tia (irmã de Cabral) Zilda de Menezes Silva, 52 e pediu ajuda.
A tia chegou no local com a menina, a tempo de ver Cabral, já trocado de roupas, saindo e dizendo para Arlete “agora você ficou sem os dois homens da casa”.
O corpo de Edílson estava estendido em uma poça de sangue do quarto. Foi retalhado a facadas por Cabral. O maníaco desferiu tantas facadas no menino, que em um dado momento, a faca até se quebrou.
Os policiais militares Chiarelli e Simões, foram acionados para comparecer ao local. Ao chegarem na casa, encontraram o menino caído perto da cama com diversos ferimentos, e como ainda havia sinais vitais, chamaram uma ambulância.
Edílson foi socorrido por uma ambulância municipal e levado para o PAM da Vila Martins. Mas era tarde demais. O menino já estava morto.
A PM fez diligencias pelo bairro e imediações, mas não encontrou Cabral, que saiu de casa com apenas 20 reais, de acordo com a própria Arlete.
Assassino já praticou crime semelhante
Antonio Nelson Cabral da Silva, vulgo “Cabral”, de 44 anos, é um homem extremamente perigoso. Não por ser forte, corajoso, ou algo do tipo. Não, ele não é nada disso. O que o torna perigoso é o fato dele ser um psicopata, covarde e traiçoeiro, que mata, quando é rejeitado por mulheres.
Em 1990, antes de conhecer Arlete, Cabral era casado com uma outra mulher. Um dia, essa mulher disse que não queria mais prosseguir com o relacionamento. Pagou um preço alto por sua decisão.
Querendo ferir a mulher, Cabral armou-se com um revólver e atirou no pai e no tio da esposa.
Acabou sendo preso, e o julgamento levou muitos anos para ocorrer. Quando finalmente foi condenado (ele já vivia com Arlete nessa época) cumpriu uma certa pena, passando por umas quatro penitenciárias, mas posteriormente foi beneficiado com prisão em regime semi-aberto (um absurdo!). Durante o entra e sai das penitenciárias, Cabral acabou fugido do CDP de Belém, em São Paulo, no dia 03/09/2004 e voltou para casa por conta própria, tornando-se um procurado da justiça.
Cabral zomba da Polícia ituana
Desafiando a polícia da cidade, Cabral retornou na casa onde cometeu o crime na noite seguinte. Arlete não estava em casa. Ele pegou outra faca, documentos pessoais e saiu tranqüilamente do local.
A reportagem da Folha trabalhou nesse caso o final de semana inteiro, e soube que Cabral, estava escondido no próprio bairro. “As pessoas estão vendo ele por aí. Ele se esconde durante o dia e à noite anda pelas ruas aqui do bairro. Ele até comentou com um conhecido nosso, o crime que cometeu”, declarou Zilda, irmã, do assassino.
Pelo fato do número de investigadores de Polícia em Itu ser muito pequeno (para não dizer ridículo), um assassino previsível e sem recursos como Cabral poderia estar atrás das grades poucas horas após o crime, se polícia tivesse mais recursos e uma equipe para caçá-lo no final de semana, já que ele estava “marcando” pelo bairro.
Polícia Militar captura o carniceiro
Seria um absurdo, não, seria inconcebível, um maníaco continuar andando livremente por aí, com uma faca afiada, após retalhar um garoto, em uma cidade do interior, com mais de 200 guardas municipais e mais de 100 policiais militares.
Prender o carniceiro não era só obrigação da polícia, era uma questão de honra.
Por volta das 11h20 de segunda-feira, a polícia militar recebeu uma denuncia anônima de que um indivíduo com as características de Cabral, estaria caminhando pela Rodovia SP 79. Os policiais sargento Furlan e a policial feminina Fasolin, foram averiguar a denúncia.
Próximo da empresa HDL, os dois policiais avistaram um elemento cujas características coincidiam com as que lhe foram passadas.
Assim que abordaram o suspeito ele admitiu ser Cabral, mas ele não pretendia ser preso.
Ele estava determinado a resistir a prisão.
Desafiando novamente a polícia, Cabral, que inclusive estava com as mesmas roupas que vestiu após o homicídio, saiu correndo rumo a um matagal antes que pudesse ser preso. Os dois PMs o perseguiram a pé.
Não tinha mais dúvidas sobre a identidade do suspeito.
Cabral já tinha tomado uma certa distancia dos policiais, e provavelmente não iria ser pego. No momento em que os policias deram ordem para ele parar, Cabral levou a mão dentro da calça, como se estivesse manuseando algo, que poderia ser uma arma.
Os PMs já haviam sido informados que o homicida poderia estar armado, e como já havia matado uma criança, não iria pensar duas vezes para atentar contra os policiais.
Ciente de que sua parceira ou ele próprio poderiam ser atingidos, caso Cabral sacasse uma arma, já que ameaçava pegar uma, o sargento Furlan fez um disparo de advertência, direcionando a arma para o chão. A bala acabou atingindo a perna do maníaco, que só então foi detido pelos policiais.
Imediatamente os dois policiais solicitaram apoio de outro viatura, e logo em seguida os PMs Simões e Chiarelli chegaram ao local e ajudaram a socorrer o assassino, que foi levado ao Hospital Sanatorinhos.
Medicado, foi liberado pouco depois, pois o tiro não foi grave.
Cabral, o carniceiro que matou uma criança inocente, foi apresentado para o delegado doutor Góes no 4º Distrito Policial (Cidade Nova).
No DP, foi levantado que Era procurado pela tentativa de homicídio, que cometera anos antes.
Depois que o escrivão Cláudio Henrique Martins terminou a elaboração do Boletim de Ocorrência, o delegado doutor Góes autuou Cabral por homicídio qualificado e mandou o assassino para o CDP de Sorocaba.
Tendo em vista o crime hediondo que cometeu contra uma criança, Cabral, o carniceiro do Portal do Éden não deverá ser bem recebido pelos presos do local para onde foi mandado.


PALHAÇOS QUE MATAM


O garotinho respirou aliviado quando o sinal da escola tocou.
Cinco da tarde.
Hora de ir embora.
Ele colocou a bolsa do Homem Aranha nas costas, despediu-se da professora e saiu da classe.
Estava faminto. Queria chegar logo em casa para comer os bolinhos que a mãe fazia.
Era um ano qualquer da década de 1990.
Ninguém se lembra mais de seu nome, mas sabe–se que ele tinha nove anos de idade e estava na terceira série.
Sua casa ficava há umas sete ou oito quadras da escola. Na periferia da cidade.
Para encurtar o caminho, ele costumava passar sempre por uma ruazinha de terra, semi-deserta, com vários terrenos baldios tomados pelo mato.
Foi exatamente nesta rua que o garotinho avistou uma Perua Kombi, branca. Os vidros eram escuros. Estava parada.
Antes que ele passasse por ela, a porta se abriu e saiu uma linda bailarina, toda vestida de branco. Uma música começou a tocar e a mulher fez alguns passos bonitos que chamou a atenção do garoto.
É claro que o delicioso algodão doce que ela segurava atraiu muito mais a atenção do menino.
O garoto abriu um largo sorriso e parou admirado diante da mulher sorridente. Ela se abaixou e lhe ofereceu o doce. Ele aceitou na hora. Afinal, era um menino, e meninos gostam de doces.
A música cessou abruptamente, mas ele nem percebeu. Estava ouvindo admirado a mulher dizer como ele era bonito, inteligente e principalmente “saudável”.
Ele já ia continuar seu trajeto para casa, todo orgulhoso, quando o motorista da Kombi saiu do veículo.
Era um palhaço. Ele tinha outro algodão doce na mão.
“Este é para seu irmãozinho” - disse o palhaço forçando um sorriso.
O menino sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Palhaços geralmente eram criaturas engraçadas - pensava ele - mas havia algo de estranho naquele.
Era grandalhão, musculoso, meio estranho.
Tinha um aspecto sinistro, aterrador. O garoto teve a impressão de que a criatura com a cara pintada olhava para todos os lados, como se quisesse se certificar de que não havia mais ninguém por perto.
O menino se lembrou que fora advertido pela mãe, de nunca falar e nem aceitar nada de estranhos.
Mas, mesmo sendo um tanto assustador, aquele era só um palhaço. Tudo bem que não era tão simpático quanto um Ronald Mcdonald , ou carismático como o Bozo, mas ainda assim, era um inocente palhaço.
O garoto esticou o braço para pegar o algodão doce. Foi nesse momento que uma expressão diabólica dominou o rosto do palhaço. A cara pintada transformou-se numa máscara de ódio, perversão e sadismo. Agindo como um verdadeiro maníaco, a criatura agarrou o menino pelo braço, tampou sua boca e o levou a força para dentro da Kombi.
A bailarina trancou a porta do veículo rapidamente, assumiu a direção e deu partida.
Dentro do carro, o sinistro palhaço abriu uma maleta preta, enquanto segurava o menino, que não parava de se bater, tentando escapar. Na maleta havia vários instrumentos cirúrgicos usados em hospitais, como bisturi, tesouras, seringas, entre outros instrumentos afiadíssimos.
O palhaço pegou a seringa com um líquido dentro, e aplicou uma dose no pescoço do garoto, que parou subitamente de se bater.
Pouco depois a Kombi estacionou num local deserto. A bailarina, que parecia ter a experiência de uma enfermeira, e o palhaço, que parecia ser um verdadeiro cirurgião, vestiram luvas de borrachas, jalecos brancos e iniciaram a cirurgia.
O menino de apenas nove anos, foi aberto vivo. Todos os seus órgãos principais foram removidos. Fígado, coração, rins, cada um foi colocado separadamente em pequenos compartimentos de uma caixa térmica, usada exatamente para aquele fim.
Após o trabalho, a carcaça do menino foi jogada no meio do matagal, onde só seria encontrada uma semana depois.
A notícia assustadora se espalhou rapidamente. Alguém, ninguém sabe quem, espalhou rumores sobre o tal palhaço assassino. Nos meses seguintes o palhaço que roubava órgãos passou a ser visto em várias cidades do país. Milhões de crianças em todo o Brasil, inclusive em Itu, estavam com medo de ir à escola. Ninguém queria ser a próxima vítima.
Mesmo com a descrição exata do palhaço e do carro que ele andava, ele nunca foi preso pela polícia. Alguns afirmam que ele anda por aí até hoje, mas as autoridades negam, pois oficialmente... ele nunca existiu.
Não existe prova alguma de que a história acima realmente aconteceu, embora já tenha sido alardeada como verdadeira no país inteiro. Ela é considerada uma Lenda Urbana.
São histórias sensacionalistas que permeiam o subconsciente coletivo de quem mora na cidade grande, embora muitas lendas urbanas sejam originarias de algum caso real.
Geralmente essas histórias são alimentadas pela insegurança natural e motivadas pela violência metropolitana.
Quem não se lembra da loira do banheiro? Do pipoqueiro que vendia balas com drogas...? Do maníaco que atacava pessoas no metrô com uma seringa cheia de sangue com HIV...?
Existem centenas, talvez milhares de lendas urbanas contadas nas mais diversas versões no mundo inteiro.
As histórias sempre aconteceram com o amigo do amigo do outro amigo do cara que está contando o caso. Nunca há testemunhas, nomes, datas ou lugares. Tudo é evasivo.
Algumas lendas, como a do palhaço assassino, são contadas com tantos detalhes, que acabam causando histeria coletiva entre as crianças, que chegam a jurar que viram o tal palhaço e a bailarina.
A polícia já garantiu mais de uma vez que o palhaço assassino, definitivamente, não existe. Só resta às autoridades explicarem agora como tantas crianças foram atraídas e brutalmente assassinadas em todo o Brasil, nos últimos anos, para terem seus órgãos roubados.
Às vezes, aquilo que você não acredita...pode acabar te matando.

OS MATADORES

Pai e filho mataram um policial e feriram outro ao serem surpreendidos pela PM


Faltavam exatamente 30 minutos para meia noite. Era uma sexta-feira, dia 1 de agosto de 1986. Marcelo, um jovem ituano de apenas 19 anos, foi friamente assassinado com quatro tiros, em frente a Fundição Gazzola.
As armas utilizadas: Um revólver calibre 38 e um revólver calibre 32.
Os assassinos: O ex-policial militar Renato, e seu filho, o adolescente A.C.P., de 17 anos.
O motivo: um insignificante acidente de trânsito.
Alguns minutos antes do crime, Renato em companhia de seu filho, estava dirigindo um Monza, no Largo do Carmo. Ao manobrar o veículo, acabou derrubando uma moto que estava estacionada nas imediações.
Sem dar importância ao fato, foram embora dali.
Marcelo, que presenciou tudo, montou em outra moto, com um amigo na garupa e saiu atrás do Monza, com a intenção de anotar a placa e passar para a polícia, já que conhecia o dono da moto derrubada.
Até aquele momento, Marcelo não tinha a mínima idéia de com quem estava lidando. Só iria descobrir tarde demais.
Em frente a Fundição Gazzola o Monza parou.
Os dois ocupantes do veículo já haviam percebido que estavam sendo seguidos por um motoqueiro.
Sem sequer imaginar que estava assinando sua sentença de morte, Marcelo desceu da moto junto com seu amigo e se preparou para iniciar um diálogo com os homens do carro.
Nunca conseguiu.
Pai e filho sacaram as armas e disparam contra os dois rapazes.
Marcelo que estava mais próximo, levou quatro tiros fatais. Seu amigo não foi atingido.
Os dois atiradores entraram no carro e desapareceram.
Gravemente ferido, Marcelo ainda teve forças para se levantar, subir na moto, e pilotar até a Santa Casa, onde morreu minutos depois.
O então delegado doutor Cirineu e os investigadores Rocha, Durval, Sérgio e Antenor, descobriram a identidade dos matadores, e acabaram batendo na porta dos dois na cidade de Sorocaba, onde moravam.
Houve troca de tiros e os dois conseguiram fugir. Os policiais levantaram que Renato e seu filho já haviam tentado cometer um outro homicídio anteriormente, motivo esse pelo qual estavam respondendo um processo criminal.
As investigações prosseguiram, mas apesar dos esforços da polícia, os dois não foram localizados.
No segundo final de semana de fevereiro o caso dos dois matadores teria um desfecho sangrento na cidade de Tietê.
Era tarde da noite. Vizinhos de uma loja de pneus, viram dois elementos suspeitos abrindo a porta da loja. Era Renato e seu filho.
Desconfiados, os vizinhos chamaram a polícia.
Os PMs soldado Sandei, Otacílio e cabo Bristol, chegaram ao local. Assim que entraram na loja, foram recebidos a tiros.
O policial Sandei levou um tiro na perna. Já o policial Otacílio não teve tanta sorte. Foi fulminado com dois tiros certeiros. Os matadores não estavam brincando.
Enquanto prestava auxilio aos companheiros feridos, o cabo Bristol pediu reforços pelo rádio.
Não demorou muito para a Polícia Militar de Cerquilho e Tietê cercarem o local.
Um segundo tiroteio teve início. Em um dado momento, o filho de Renato foi crivado de balas pelos PMs. Eles também não estavam brincando.
Ninguém pode dizer o que se passou pela cabeça do ex-policial, ao ver o filho morto. Ele também sabia que estava cercado pela polícia.
O que aconteceu em seguida, foi uma cena digna de final de filme.
Renato, em uma atitude suicida, saiu do esconderijo e foi atirando sozinho em direção a todos os policiais, fortemente armados. Ele queria morrer? Vingar o filho? Ninguém nunca vai saber.
Ele não acertou mais ninguém.
Mas foi instantaneamente crivado de balas pelos policiais.
Otacílio, o bom policial estava morto.
Marcelo, o jovem amigável estava morto.
Mas, Renato e seu filho, a dupla de matadores que já havia se tornado lenda no interior, também estavam mortos.
Mataram dois e morreram os dois.
Mataram juntos... e morreram juntos.
OS JUSTICEIROS
Uma pessoa comum, sem nenhum antecedente criminal, ou qualquer tendência psicopata, pode de uma hora para outra sair executando seus inimigos? Pode, basta ter o motivo, a frieza e é claro, as armas.
De louco e assassino, está mais do que provado que todo mundo tem um pouco. Basta ler os jornais para ver a quantidade assombrosa de crimes horrendos cometidos por pais de famílias ou filhos exemplares.
Em junho de 1986, o corpo de um rapaz bastante conhecido nos meios policiais, foi encontrado varado a tiros no bairro São Judas Tadeu.
Um dos primeiros fatos apurados pela polícia, é que havia mais de um matador na cena do crime, já que haviam balas diferentes no cadáver.
Pelo fato de conhecerem os antecedentes da vítima, a polícia concluiu que se tratava de algum acerto de conta entre criminosos.
A polícia estava parcialmente certa. Sim, realmente era um acerto de contas, mas não exatamente entre criminosos.
O caso foi parar nas mãos do delegado doutor Cirineu e da equipe do investigador Durval.
Menos de um mês depois, um outro rapaz, amigo do primeiro, também foi encontrado morto nas mesmas circunstâncias. Vários tiros, mais de um matador.
Quem teria cometido aqueles crimes? Por que? A única informação que a equipe de Durval tinha, é que ambos os mortos eram amigos e tinham antecedentes criminais.
Nenhum criminoso das imediações do São Judas e Jardim Rancho Grande davam informações para a Polícia Civil.
Desconfiados de que poderia haverr muito mais por trás dos crimes, do que aparentava, os investigadores passaram a rondar constantemente o bairro São Judas, à procura de pistas que levassem ao esclarecimento dos crimes.
Foi em uma dessas rondas, durante uma averiguação de rotina, que Durval e sua equipe acabaram trombando com os autores das duas execuções.
Eram três rapazes, sendo um de 19 anos e os outros dois de 18 anos. A maior surpresa dos policiais, foi o fato de que nenhum deles tinha passado criminoso. Não eram ladrões nem traficantes, mas haviam se tornado justiceiros. Matadores implacáveis, que caçaram seus inimigos e os mataram sem piedade.
Na ocasião em que foram abordados pelos investigadores, o trio de matadores estava armado. Cada um deles portava um revólver calibre 38, e juntos, tinham mais de 50 balas.
Não ofereceram resistência e nem deram qualquer tipo de trabalho para os policiais.
Levados para a Delegacia, contaram tranqüilamente para os policiais por que haviam executado os dois elementos.
Segundo eles, os três já haviam sido roubados pelos dois rapazes que mataram. Na ocasião não procuraram a polícia porque os dois haviam dito que se o fizessem além de estuprar a mulher de um deles que era casado, iria matar quem ficasse no caminho.
Inconformados com a ameaça e o fato de serem assaltados pelos elementos, que aterrorizavam as imediações, os três rapazes se armaram e saíram para caçar os dois criminosos por conta própria.
Depois de executarem o primeiro, foram atrás do segundo e o mataram, sem piedade, sem clemência.
Ao saber da prisão dos justiceiros, muita gente foi contra o fato, já que eles haviam executado pessoas que ameaçavam a sociedade. Mas, eles não iriam ficar presos.
Pelo fato dos três rapazes serem primários e estarem fora do flagrante, menos de 24 horas após serem presos, saíram tranqüilamente pela porta da frente a cadeia, para responder o processo em liberdade.
Muita gente ficou satisfeita, pois os justiceiros...estavam de volta.

A MORTE USAVA LINGERIE

foto meramente ilustrativa

Loira, linda e mortal, ela estava disposta a ir até as últimas consequências para vingar a morte do irmão
 
(Pelo fato da “assassina” desta história, ser uma pessoa que conheço e ter confiado em mim, anos atrás, ao me revelar os detalhes sórdidos dessa história,  vou me reservar o direito de não dizer seu nome. A foto também é meramente ilustrativa)
 
A loira era maravilhosa.
Pesava mais ou menos 56 quilos. Tinha um metro e setenta de altura.
Cabelos lisos batendo nos ombros, seios grandes e empinados, olhos claros e boca carnuda.
As pernas eram perfeitas e a bunda redonda, mais ainda.
Era sexy e tinha aquele olhar fatal que enlouquecia qualquer homem. Sabia de sua sensualidade.
Em uma noite fria de julho na metade da década de 1980, ela chegou em Itu.
Morava em São Paulo, nas imediações da Estação República,  mas tinha “negócios” para resolver na cidade dos exageros.
Negócios de vida. E negócios de morte.
Um mês antes, um homem havia sido assassinado na periferia da cidade. Mais precisamente no bairro Jardim Alberto Gomes.
Todo mundo sabia quem era o assassino. Todo mundo sabia os motivos do crime: Drogas.
Mas, ninguém disse nada. Ninguém viu nada.
Não houve prisões. Não houve punições.
O morto era apenas um viciado.
Ninguém importante. Só um drogado. Sem pai nem mãe.
Talvez, ninguém se importasse com sua morte.
Talvez.
O assassino continuou perambulando livremente pela periferia da cidade.
Ele se sentia o máximo. O melhor. O perigoso. O matador.
Mas aquele viciado insignificante, morto a tiros na quebrada, sufocado com o próprio sangue que saía de sua boca e nariz, tinha alguém que se importava com ele. Uma prostituta que fazia shows e programas em uma casa noturna da famosa Rua Aurora em São Paulo.
Ela havia saído de Itu na adolescência. Cresceu no Jardim Alberto Gomes, mas por nunca se conformar com a pobreza em que a família vivia, decidiu tentar a sorte na cidade grande.
Virar prostituta foi a maneira que encontrou para satisfazer seus caprichos e suprimir a sensação de miséria, que trouxera da infância.
Ganhou muito dinheiro em São Paulo. Não era rica, mas vivia bem.
Dez anos fazendo programas e economias, lhe rendeu um pequeno  apartamento, um carro popular e algum dinheiro para pagar as contas e viver.
Quando soube na notícia da morte do irmão, ficou arrasada. Eram muito ligados. Ela sempre o ajudou. Sempre o aconselhou. Sempre lhe mandou dinheiro para dividas de drogas, com medo de que um dia ou outro ele acabasse morto.
Ela era do meio, sabia como o esquema funcionava. Dívidas de drogas não tem perdão.
É olho por olho. Dente por dente.
O que mais a chocou quando soube do assassinato, foi a revelação da identidade do assassino.
Era alguém que ela conhecia dos tempos de infância, lá da escola Cícero Siqueira Campos. Um bandidinho patético, que se julgava perigoso, mas que não passava de um “ganso”, cagueta da polícia, pilantra safado e ordinário. Era dessa maneira que ele era descrito no bairro. Os mais íntimos o chamavam de “Neguinho”. Mas ele não gostava do título. Só permitia o apelido por parte de conhecidos muito próximos.
Como Neguinho morreu, muita gente ainda se lembra.
Foi encontrado com o rosto rasgado por uma navalha dentro de seu barraco. Seu pênis estava dependurado, quase fora decepado pelo corte profundo.
Um talho enorme abria sua garganta de um lado a outro.
Oficialmente, o caso nunca foi esclarecido.
Ninguém sabe, ninguém viu nem ouviu, quem retalhou Neguinho.
Mas, uma dona de casa exemplar, bem casada, hoje  na casa de seus sessenta anos, mãe de dois filhos já adultos, sabe exatamente como foi o crime.
Ela sorri quando se lembra da doce vingança. A lembrança de um crime que já prescreveu, e que ela jamais vai responder por ele. Ela matou o assassino de seu irmão, do jeito que ele merecia. Ela o sangrou como um porco. Até a morte.
Em um  sábado, meados dos anos  80, a loira tomou um delicioso banho em um hotelzinho barato da Praça da Matriz. Pintou os olhos, se perfumou e passou um batom vermelho. Vestiu uma minúscula calcinha branca. Colocou uma cinta-liga sexy, um sutiã meia taça que deixava seus  seios ainda mais empinados e vestiu uma blusa que deixava suas costas a mostra.
Colocou uma minissaia preta, bem agarrada e complementou com um provocante salto-alto.
Abriu sua bolsa de couro e certificou-se de que sua navalha estava lá dentro. Estava. Em São Paulo, uma prostituta que se prezasse naquela época, nunca sairia de casa sem sua navalha.
Estava perfeita. Maravilhosa. Deslumbrante. Vestida para matar!
A loira saiu rebolando do hotel por volta das 23h.
Por onde passava era chamada de “loira gostosa, loira deliciosa”. Ouvia inúmeras  palavras obscenas.
Ela gostava daquilo.
Estava acostumada a ser desejada, cobiçada e possuída por homens de toda espécie.
Tinha plena consciência de sua sexualidade e contava com isso para realizar sua vingança.
Quando chegou ao forró no bairro Padre Bento,  onde já sabia que seu alvo estava, ela tornou-se o centro das atenções.
Depois de perceber que estava sendo notada por um certo indivíduo há muito tempo, ela “sobrou” pra ele. “Neguinho” não acreditou quando percebeu a loira gostosa dando bola.
Ele sabia quem ela era. Lembrava-se dela do passado. Mas, na sua mente de ladrão ignorante, pensava que a loira não sabia que ele havia matado covardemente o irmão dela.
Três tiros. Foi assim que Neguinho havia derrubado o moleque um mês antes.
Assim que a loira saiu para “tomar um ar”, Neguinho saiu atrás.
A isca estava lançada.
Foi atrás da loira perfumada como um louco.
Ele se encontrou com ela na pracinha da igreja, pra baixo do forró.
Ela sorriu. Trocaram algumas palavras. Ela foi direta. Falou seu preço. Neguinho aceitou.
Ia se dar bem. Uma bagatela para transar uma hora inteira com a loira deliciosa.
Não sabia o que o esperava realmente.
Foram até o barraco imundo e miserável onde ele vivia, nas imediações da igreja Nossa Senhora Aparecida.
A loira pediu para ele pagar adiantado. Ele pagou.
Neguinho, visivelmente excitado passou as mãos pelas coxas e seios da loira. Não estava conseguindo se conter.
Com voz baixa e sensual, a loira mandou ele se deitar, disse que  iria fazer “tudo”.
A cama de madeira podre, escorada por tijolos, rangeu quando Neguinho, já sem roupa, deitou-se sobre ela.
A loira perguntou onde ficava o banheiro. Neguinho apontou com o dedo.
Ela disse que ia se trocar e já voltava.
Minutos depois ela saiu só de lingerie e  salto. Estava com as mãos pra trás.
Foi rebolando em direção a Neguinho.
Ele já estava quase explodindo de tanta vontade de fazer sexo. Ela via sua ereção subir cada vez mais. Por fora era uma loba insaciável, por dentro, uma víbora assassina, prestes a matar.
Bem devagar, a loira se ajoelhou na cama, foi subindo de mansinho e curtindo cada segundo da excitação de Neguinho.
A loira segurou com a mão esquerda no pênis do excitado “cliente”.
Ele se contraiu de tanto desejo.
“Vou acabar com você” - disse Neguinho sorrindo.
A loira sorriu maliciosamente.
Sem o menor aviso ela ergueu a mão direita com a afiadíssima navalha e disse:
“Eu ia dizer a mesma coisa”.
O sangue jorrou longe.
Dois dias depois quando o corpo foi encontrado, a Polícia Civil da época classificou o crime como “acerto de drogas”.
O crime foi noticiado na época pelo Periscópio e pelo extinto Jornal de Itu, e em nenhuma das matérias, teve qualquer menção sobre uma loira sexy e enigmática, que parece ter saído de um conto de crimes para realizar uma vingança implacável.
Neguinho, assassino, bandido, cagueta filho da puta, morreu exatamente do jeito que matou... na crocodilagem.