terça-feira, 28 de agosto de 2007

OS JUSTICEIROS
Uma pessoa comum, sem nenhum antecedente criminal, ou qualquer tendência psicopata, pode de uma hora para outra sair executando seus inimigos? Pode, basta ter o motivo, a frieza e é claro, as armas.
De louco e assassino, está mais do que provado que todo mundo tem um pouco. Basta ler os jornais para ver a quantidade assombrosa de crimes horrendos cometidos por pais de famílias ou filhos exemplares.
Em junho de 1986, o corpo de um rapaz bastante conhecido nos meios policiais, foi encontrado varado a tiros no bairro São Judas Tadeu.
Um dos primeiros fatos apurados pela polícia, é que havia mais de um matador na cena do crime, já que haviam balas diferentes no cadáver.
Pelo fato de conhecerem os antecedentes da vítima, a polícia concluiu que se tratava de algum acerto de conta entre criminosos.
A polícia estava parcialmente certa. Sim, realmente era um acerto de contas, mas não exatamente entre criminosos.
O caso foi parar nas mãos do delegado doutor Cirineu e da equipe do investigador Durval.
Menos de um mês depois, um outro rapaz, amigo do primeiro, também foi encontrado morto nas mesmas circunstâncias. Vários tiros, mais de um matador.
Quem teria cometido aqueles crimes? Por que? A única informação que a equipe de Durval tinha, é que ambos os mortos eram amigos e tinham antecedentes criminais.
Nenhum criminoso das imediações do São Judas e Jardim Rancho Grande davam informações para a Polícia Civil.
Desconfiados de que poderia haverr muito mais por trás dos crimes, do que aparentava, os investigadores passaram a rondar constantemente o bairro São Judas, à procura de pistas que levassem ao esclarecimento dos crimes.
Foi em uma dessas rondas, durante uma averiguação de rotina, que Durval e sua equipe acabaram trombando com os autores das duas execuções.
Eram três rapazes, sendo um de 19 anos e os outros dois de 18 anos. A maior surpresa dos policiais, foi o fato de que nenhum deles tinha passado criminoso. Não eram ladrões nem traficantes, mas haviam se tornado justiceiros. Matadores implacáveis, que caçaram seus inimigos e os mataram sem piedade.
Na ocasião em que foram abordados pelos investigadores, o trio de matadores estava armado. Cada um deles portava um revólver calibre 38, e juntos, tinham mais de 50 balas.
Não ofereceram resistência e nem deram qualquer tipo de trabalho para os policiais.
Levados para a Delegacia, contaram tranqüilamente para os policiais por que haviam executado os dois elementos.
Segundo eles, os três já haviam sido roubados pelos dois rapazes que mataram. Na ocasião não procuraram a polícia porque os dois haviam dito que se o fizessem além de estuprar a mulher de um deles que era casado, iria matar quem ficasse no caminho.
Inconformados com a ameaça e o fato de serem assaltados pelos elementos, que aterrorizavam as imediações, os três rapazes se armaram e saíram para caçar os dois criminosos por conta própria.
Depois de executarem o primeiro, foram atrás do segundo e o mataram, sem piedade, sem clemência.
Ao saber da prisão dos justiceiros, muita gente foi contra o fato, já que eles haviam executado pessoas que ameaçavam a sociedade. Mas, eles não iriam ficar presos.
Pelo fato dos três rapazes serem primários e estarem fora do flagrante, menos de 24 horas após serem presos, saíram tranqüilamente pela porta da frente a cadeia, para responder o processo em liberdade.
Muita gente ficou satisfeita, pois os justiceiros...estavam de volta.