Em 1888, um misterioso assassino perambulou pelas ruas de
Londres, Inglaterra, provocando pânico na população local.
Com uma navalha
afiadíssima, ele esquartejou várias prostitutas do imundo Distrito de
Whitechapel, um bairro muito pobre de Londres.
A identidade do
assassino, bem como suas motivações, nunca foram descobertas, mas ele entrou
para a história como “Jack, o Estripador”.
Treze anos depois, no início do século vinte, um outro
assassino misterioso repetiu os feitos de Jack, do outro lado do Atlântico.
Aqui em Itu, em uma das principais ruas da cidade.
Antônia Carvalho
de Oliveira, era uma linda mulata de 23 anos.
Recém chegada do
interior de Minas Gerais, ganhava a vida em Itu, se prostituindo em um dos
inúmeros prostíbulos da Rua Santa Cruz. Morava no mesmo local de trabalho, com
outras prostituas e uma velha cafetina, dona do lugar.
Mulata alta,
lábios carnudos, seios grandes e bunda enorme, começou a fazer sucesso na
cidade desde o momento que chegou.
Era a preferida de
muitos fazendeiros, médicos, nobres e homens de dinheiro em geral.
Foi numa noite
fria, de 7 de julho de 1901, que o crime aconteceu.
A prostituta saiu
do bordel em que trabalhava e subiu a Rua Santa Cruz. Estava sozinha. Eram
pouco mais de 2h da manhã.
Segundo duas
testemunhas que a viram, ela se encontrou com um sujeito estranho, no meio do
caminho.
Alto e forte, o
homem usava chapéu e sobretudo preto. Parecia estar meio desconfiado, ou com
uma certa preocupação, olhando de um lado para outro, para certificar-se de não
estar sendo observado, contariam as testemunhas depois.
Após alguns
instantes, Antônia acompanhou o homem misterioso rua acima. Podia ser um de
seus clientes, amantes, ou mesmo um estranho. Ninguém nunca vai saber.
Aquela foi a
última vez que a mulher foi vista com vida.
No meio da
madrugada, um morador das imediações ouviu gritos. Eram gritos de terror, de
súplica, dor e medo.
O morador hesitou
por alguns momentos, antes de sair para ver o que estava acontecendo. Quando o
fez, já era tarde demais.
Quase no fundo da
igreja Santa Rita, a prostituta estava atirada no chão, toda ensanguentada.
As pernas estavam
abertas de forma assustadora, como se tivesse sido estuprada com muita
violência. Os olhos estavam escancarados, demonstrando pavor. Mas ela não
estava enxergando mais nada. Estava morta. Assassinada com requintes de
crueldade. Retalhada por uma navalha extremamente afiada. Uma de suas orelhas
estava dependurada, quase arrancada. O seio esquerdo havia sido extirpado,
sendo que o pedaço arrancado estava no chão, em uma poça de sangue.
No abdômen, um
corte profundo, efetuado com tanta precisão cirúrgica, que bastou apenas um,
para arrancar sua vida.
Sem deixar
qualquer tipo de pista, ou o menor vestígio de sua identidade, o assassino
desapareceu, para jamais ser encontrado.
A família de
Antônia reclamou o corpo e o levou para Minas Gerais, de onde a jovem saiu para
ser brutalmente assassinada.
A notícia do
crime, que era pra ser amplamente divulgada nos jornais da época, causando
grande impacto, misteriosamente foi abafada pela imprensa, sufocada, com a
complacência da alta sociedade e da própria polícia. Por algum motivo obscuro,
ninguém queria que o caso da prostituta retalhada desse polêmica. A repercussão
sobre o crime aterrador, foi quase nula. Outro mistério. “Apenas uma prostituta
morta”, como disseram na época.
Ao contrário de
seu antecessor inglês, que matou pelo menos cinco mulheres, o estripador de
Itu, fez uma única vítima na cidade. Mas assim como Jack, ele também jamais foi
descoberto. Outro crime que ninguém conseguiu, ou quis esclarecer.
Quem era ele e por
que matou a jovem, ninguém jamais viria a saber.
Naquela fria
madrugada de julho de 1901, a bela prostituta, que despertou tantas paixões e
proporcionou prazeres sem limites aos poderosos de Itu, encontrou a morte bem
pertinho da Igreja de Santa Rita.
Morreu tão próxima
da casa de Deus...
Nas garras do
próprio Diabo.