terça-feira, 28 de agosto de 2007

O ASSASSINATO DA ÚLTIMA TAXISTA ITUANA

                                                           


O que define um monstro?
Segundo a mitologia, monstros costumam apresentar cinco características básicas.
1º - Tem uma origem misteriosa.
2º - Nem sempre são visíveis.
3º - Praticam o mal ou tem poderes mágicos.
4º - Estão sempre relacionados com sangue.
5º - Expressam uma ideia simbólica.
Mas, o que a mitologia esqueceu de acrescentar, é que alguns monstros, são assustadoramente normais. Márcio Mariano Pinheiro, é um deles.
Sua origem não é desconhecida, sempre morou na cidade de Salto com a família.
É totalmente visível, tanto que seu rosto já apareceu em inúmeros jornais e até em programas de TV.
Ele também não tem nenhum tipo de poderes mágicos. Mas, só para confirmar a regra, pratica o mal, e está completamente relacionado com sangue.
Poucos se lembram de seu rosto, mas seus atos jamais serão esquecidos.
Na tarde do dia 17 de junho de 1997, Márcio, estava em Itu.
Ele iria cometer um dos crimes mais cruéis, sádicos e perversos, já vistos na cidade.
A vítima seria a taxista Fátima Monteiro Ferreira, de 40 anos. Ela estava com seu carro, um Monza, estacionado em um ponto do Mercadão Municipal, onde trabalhava diariamente.
Com a morte estampada nos olhos, o psicopata Márcio, então com 20 anos, se aproximou da mulher e disse que precisava de uma corrida até a fazenda Conceição, na cidade de Porto Feliz. Fátima aceitou. Mas, o que parecia ser apenas mais um trabalho comum, iria transformar-se num pesadelo. No momento em que Márcio entrou no carro e a taxista girou a chave no contato, ela estava selando seu destino para sempre. Aquela seria a última corrida de sua vida, uma jornada de terror, crueldades e morte.
No meio do percurso, o rapaz, aparentemente normal, sacou um afiadíssimo canivete e disse que se tratava de um assalto. Fátima entregou a bolsa com os 100 reais que tinha dentro. Marcio retirou o toca fitas do táxi, e decidiu levá-lo também.
Revoltada com a situação, Fátima disse que iria denunciá-lo à polícia.
Acuado como uma fera, Márcio deixou de ser um simples bandido e revelou sua verdadeira face, a de um maníaco perverso, frio e covarde. A face de um psicopata assassino.
Ele mandou ela parar o carro em um local deserto, em meio a um canavial na rota entre Itu e Porto Feliz. Temendo pela vida, Fátima obedeceu.
Naquele local, sozinha com um maníaco armado, sem poder gritar por socorro, Fátima foi espancada, cortada e... estuprada.
Mas, Márcio não estava satisfeito, afinal ele era um monstro, e como tal, tinha que fazer justiça a sua fama. Trancou a mulher gravemente ferida dentro do porta-malas. Assumiu a direção do veiculo e começou a rodar sem rumo pela cidade de Porto Feliz.
Sem o menor aviso, parou o carro em frente a uma mercearia e bebeu tranquilamente um refrigerante. Com um sorriso natural, pagou a bebida e comprou um litro de álcool.
Voltou para o carro e dirigiu até um canavial. Abriu o porta-malas e ordenou que a mulher saísse.
Com uma corda que trazia consigo, o maníaco amarrou Fátima em uma árvore, ignorando totalmente o choro dela e os pedidos de socorro.
No extremo de sua covardia, ele despejou o litro de álcool em cima da vítima indefesa, acendeu um fósforo... e ateou fogo.
Ao ver o corpo da mulher em chamas, deu as costas e saiu do local tranquilamente.
Mesmo agonizando pela dor das chamas, Fátima, uma mulher que sempre foi uma lutadora, não iria aceitar morrer ali, sozinha, abandonada no meio do mato.
Não, ela iria lutar uma última vez por sua vida. Mesmo acreditando estar condenada, ela iria sobreviver para denunciar seu assassino.
O fogo queimou 85% do corpo dela. Queimou também as cordas que a prendiam na árvore. Por duas horas ela se arrastou em meio ao canavial, até chegar na casa sede da fazenda, onde foi socorrida de imediato. Levada às pressas até a Santa Casa de Itu, morreu menos de 24 horas depois. Não resistiu aos ferimentos e sofreu uma parada cardíaca. Mas antes, revelou todos os detalhes do seu assassino.
A Polícia Civil de Itu fez um minucioso trabalho de investigação, e prendeu o maníaco em menos de 48 horas após o crime.
Jurado de morte pelos presos da cadeia de Itu, que queriam matá-lo, Márcio teve que ser transferido imediatamente. Acabou indo parar na cadeia de Salto. Pouquíssimos dias após sua prisão, Márcio fugiu durante uma fuga.
Hoje, 18 anos após o bárbaro crime que abalou Itu, o assassino continua foragido.
Para a família do assassino , ele é Márcio Mariano Pinheiro, para a população ituana, ele é um monstro, e para a taxista Fátima, que teve as últimas horas de vida transformada em um inferno, ele foi... o passageiro do Diabo.