terça-feira, 28 de agosto de 2007

A Trágica Morte do Caminhoneiro

No dia 09 de abril de 1985, um cidadão ituano se deparou com a cena mais aterradora de sua vida, quando cortava caminho por um matagal, na altura do km 85, da Rodovia do Açúcar . Em um enorme pé de eucalipto, estava preso com os braços algemados para trás, o cadáver de um homem, já em adiantado estado de decomposição. Assustado com a cena, o cidadão avisou a polícia, que compareceu ao local imediatamente. Os policiais ficaram chocados com a cena. Não havia sinais de violência no corpo, nem perfurações de faca ou balas. Com exceção do fato de ser algemado na árvore, ele não havia sofrido agressões físicas. Durante vários dias e noites o homem permaneceu algemado no calipal, sem água e comida, sendo castigado pelo sol escaldante e pelo frio da madrugada. Desesperado, provavelmente gritou, chorou e implorou durante todo o tempo em que permaneceu vivo, na esperança de que alguém ouvisse e o libertasse. Mas, isso nunca aconteceu. Quanto mais contraia os pulsos na tentativa de se libertar das algemas, mais essas o apertavam. Ao ser encontrado, seus pulsos estavam na carne viva. No chão, o solo havia sido afundado, de tanto ele pisotear e chutar o tronco, na tentativa desesperada de arrancar a árvore do lugar, para escapar. Por fim, após vários dias de sofrimento, suas forças se esgotaram e ele acabou morrendo de fome e sede. Ironicamente, ele estava preso há apenas 70 metros da pista, onde milhares de pessoas passavam 24 horas por dia. Algum tempo depois , a polícia descobriu que a vítima era o caminhoneiro Geraldo Fernandes, 47 anos, desquitado, que morava em Votuporanga. Ele estava desaparecido desde o dia 16 de março daquele ano, duas semanas antes de encontrado. Seu corpo foi reconhecido no necrotério, por dois de seus irmãos. Geraldo transportava uma carga de óleo, e havia sido assaltado por uma quadrilha especializada em roubos de cargas. Essa quadrilha não era de Itu, e fazia parte de um grande esquema que, envolvia até um delegado de polícia, de outra cidade. Mais tarde, todos foram presos (em outra cidade) e, durante o inquérito policial, os acusados confessaram o crime envolvendo o caminhoneiro em Itu. O fato de não terem agredido o homem e o prenderem em um local próximo a pista, deixou evidente que a intenção não era matar, e sim ganhar tempo para a fuga, acreditando que mais tarde a vitima seria encontrada. Mas, o que era para ser um dos inúmeros roubos rotineiros, transformou–se em um crime macabro que abalou a cidade de Itu, e até hoje é lembrado por pessoas mais velhas. Alguns dias antes, da morte do caminhoneiro a população ituana já havia ficado chocada com outro brutal assassinato. Alegando estar recebendo ordens do diabo, um jovem de 23 anos matou a própria mãe , uma senhora de 62 anos, com mais de vinte facadas. Mas , esta já é outra história para “Os Crimes que Abalaram Itu”.